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Você está em: Zebuinocultura » Conheça as raças zebuínas » Nelore Publicado em 07/11/2017 às 08:56:40

A origem do Nelore vem do gado indiano Ongole, animal comum na antiga Província de Madras, atual estado de Andhra Pradesh, situada na costa oriental da Índia. O motivo pelo qual este zebuíno em terras brasileiras passou se chamar Nelore é devido ao munícípio de Nellore, que atualmente é quarto mais populoso de Andhra Pradesh. Portanto, é exatamente nesta região que foram encontrados alguns dos primeiros animais importados de tal raça para o Brasil no final do século XIX e início do século XX.

Dessa forma, um dos primeiros registros históricos da raça Nelore no Brasil são de exemplares importados no final do século XIX por Manoel Ubelhart Lembgruber, a partir de contatos com Carl Hagenbeck em Stellingen, região de Hamburgo na Alemanha. Hagenbeck, além de promover eventos pela Europa, como os "zoológicos humanos" em que se misturavam animais com pessoas de distintas culturas, era um dos maiores comerciantes internacionais de sua época de animais de grande porte para os 5 continentes. Não por menos, outros criadores fluminenses começaram a importar zebuínos do mesmo, tanto da raça Nelore, como também de outras raças de Zebu.

Quando os primeiros importadores brasileiros começaram a ir diretamente à Índia, num período que durou dos últimos anos do século XIX até a década de 1920 - foram importados animais das raças Gir, Nelore e Guzerá, bem como de outras raças zebuínas que não vigoraram no Brasil. Durante um interregno de dez anos em que as importações foram interrompidas, em 1930 na importação promovida por Francisco Ravísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata, outros lotes de gado Nelore foi importado da Índia para terras brasileiras. Contudo, poucos criadores, especialmente alguns da Bahia, Rio de Janeiro e Triângulo Mineiro haviam se interessado pela raça, não demonstrando ainda, um bom desenvolvimento do Nelore na pecuária brasileira.


Exemplar da raça Nelore. Crédito: Adriano Garcia.

Esse contexto haveria de mudar radicalmente, especialmente na década de 1960, quando foram realizadas entre os anos de 1960 e 1962, as mais impactantes importações de Nelore para o desenvolvimento da raça no Brasil, uma vez que entraram animais com excelentes características raciais, aspecto favorecido por observações de critérios de seleção que estavam sendo desenvolvidos desde os anos de 1930. Somaram a essa questão, outros aspectos que naquele contexto favorecem a difusão no Nelore em grande parte dos pastos brasileiros, como: o advento do uso da inseminação artificial, o uso de novas pastagens e a expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e partes da região Norte.

Dessas importações tiveram destaque grandes genearcas, a exemplo de Kavardi, Golias, Rastã, Checurupadu, Godhavari, Padu e Akasamu que contribuíram na base formadora das principais linhagens de Nelore até os dias atuais, assim como de outros touros as vacas advindas da Índia e foram importantes para a padronização da raça no País.

 

Abaixo você poderá assistir a 1ª parte do documentário: "Torres, Dico e Kavardi" e conhecer a trajetória de um dos mais importantes touros para pecuária brasileira. Este trabalho foi produzido pelo documentarista Wagner Indaiá. Integra a série de documentários do projeto realizado pela empresa Agroquima, intitulado como: "Breve História do Campo". Não perca!

Ao clicar aqui, você irá acompanhar a 2ª parte do documentário: "Torres, Dico e Kavardi".

 

O rebanho brasileiro é composto por mais de 200 milhões de bovinos de corte e leite criados principalmente a pasto, dos quais 80% do gado de corte é Nelore ou anelorado, o que equivale a mais de 100 milhões de cabeças. O Nelore brasileiro, além de ser considerado hoje como um patrimônio legitimamente nacional, produz carne saudável e natural, exportada para mais de 146 países e cada vez mais demandada por consumidores esclarecidos do mundo todo. (FREITAS, Gustavo. Beef Point).

 

O Nelore brasileiro se divide em padrão e Nelore mocha. O Nelore padrão se caracteriza por chifres, onde foram aprimoradas as suas caracterizações de origem indianas fundamentais. O mocha, sem chifres, preserva no geral os intentos esperados de adaptação da raça às necessidades produtivas da pecuária do Brasil.

 

Os chifres são de cor escura, firmes, curtos de forma cônica, mais grossos na base, achatados e de seção oval, de superfície rugosa e estrias longitudinais. Nascem para cima, acompanhando o perfil, bem implantados na linha da marrafa, assemelhando-se a dois paus fincados simetricamente no crânio. Com o crescimento, podem dirigir-se para fora, para trás e para cima, ou curvando-se para trás e para baixo.

 

O Nelore mocha é um nelore verdadeiramente brasileiro. Essa história começa dentro da Fazenda Santa Marina no município de Araçatuba-SP de propriedade do pecuarista Ovídio Miranda Brito, um dos pioneiros na criação do nelore padrão. Até que em 1957, algo mudaria para sempre sua trajetória dentro da pecuária. Nasce Caburey, um bezerro mocho, filho do touro Kong O.M e vaca Capanga, ambos providos de chifres. Mais tarde, através de estudos genealógicos, constatou-se que o caráter mocho veio da vaca Capanga (originária do criatório de Neca Andrade).


Quadro sobre algumas das vantagens da adoção da raça Nelore.

Para saber mais, acesse aqui a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil - ACNB . Veja como esta associção desenvolve diversas ações em prol desta importante raça.

 

Neste link, você vai acessar os critérios de padronizações raciais estabelecidos pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ para a raça Nelore.

 

No vídeo abaixo, produzido pelo Canal Rural, é apresentado uma interessante reportagem sobre a raça Nelore. Confira!

Texto: Thiago Riccioppo


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