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Publicado em 16/03/2015 às 15:24:48 - atualizado em 31/03/2015 às 14:46:08


Um dos conceitos mais populares de bem-estar animal foi dado por Barry Hughes, que o define como:

..."um estado de completa saúde física e mental, em que o animal está em harmonia com o ambiente que o rodeia". (Hughes, 1976)

Em outra definição elaborada por Broom (1986), o conceito de bem-estar animal é definido pela:
..."sua capacidade em se adaptar ao seu meio ambiente".

À busca de um consenso sobre o conceito de bem-estar animal, levando em conta opiniões de cientistas e o público em geral, surgiu as cinco liberdades dos animais, teoria criada pelo professor John Webster e divulgada pelo Farm Animal Welfare Council (FAWC). Dessa forma, o animal deve viver:

  • livre de fome e de sede;
  • livre de desconforto;
  • livre de dor;
  • livre de lesões ou doença;
  • livre para expressar os seus comportamentos normais;
  • livre de medo e aflição.



Fonte: Grupo de proteção aos animais afiliada a WSPA.

QUANDO COMEÇOU A QUESTÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL

 

Pouca gente sabe, porém, que a preocupação com o bem-estar animal é muito antiga e consta em textos escritos há mais de 4 mil anos, como no Velho Testamento, da Bíblia. "Caso não goste do seu vizinho, isto não o isenta da necessidade de acudir seu animal encontrado enfermo ou em sofrimento, sendo sua obrigação acudi-lo" e "Após o dia de trabalho, é obrigação sua alimentar o animal usado antes mesmo de você se alimentar" são passagens que exemplificam a situação.

 

Já sob o aspecto jurídico da legislação brasileira, maus tratos aos animais é crime desde 1934, passível de multa e prisão a quem o pratica e ao proprietário que tem sob sua guarda esses animais e permite que sejam maltratados. Inclui-se nos maus tratos atitudes como conservar animais embarcados por mais de 12 horas sem água e alimento; ou encerrar em curral ou outros lugares animais em número tal que não lhes seja possível moverem-se livremente.

 

 

O tema começou a ganhar mais espaço entre os consumidores a partir de um livro escrito em 1964 pela inglesa Ruth Harrison, com o título "Máquinas Animais", que possibilitou ao público em geral entender e enxergar como eram tratados os animais que se transformariam no alimento carne. Até então, a imagem para o consumidor, o morador da cidade, era algo bucólico, mostrado em fotos ou pinturas de campos, com bois e vacas se alimentando de capim. A relação homem - bovino era mostrada como sendo de total tranquilidade e ausência de agressões. Nestas fotos e pinturas não era retratado o manejo do dia a dia, como vacinação, castração, descorna, identificação a fogo e outras práticas, em uma relação de estresse e cansaço para ambas as espécies.


Fonte: Unespciência.

Para a União Européia:·

  • Até 2050 numa expectativa conservadora o consumo de carne e leite no mundo deve dobrar.

 

  • O Bem Estar Animal (BEA) já é uma preocupação de 74% dos consumidores Europeus, 79 % dos consumidores Europeus acreditam que deve ser aplicado aos produtos importados. Os Europeus acreditam que o BEA esta relacionado a produtos mais saudáveis, produtos com gosto melhor, mais seguros, sustentáveis e melhor qualidade de vida nas propriedades;

 

  • Globalmente a visão de BEA ainda é muito facetada, os níveis de preocupação com o tema variam de país para país, na EU (União Europeia) o tratamento humanitário não é opção, é obrigação legal.

 

  • ·São várias diretrizes e regulamentações, o bem estar de bezerros com padrões mínimos para alojamentos, abolição de celas de gestação para suínos e gaiolas para galinhas poedeiras, são exemplos do foco das normas.

 

  • ·Existe muito investimento em pesquisa, treinamento e assistência técnica. Existe uma tendência em aplicar o conceito de equivalência, ou seja, exigir dos fornecedores para a Europa os mesmos procedimentos exigidos aos produtores Europeus. Para os Europeus o BEA deixou de ser uma ilusão e passou a ser uma pratica cada vez maior nas propriedades.

· Dentro das diretrizes da EFSA-European Authority for Food Safety (Autoridade Europeia para Segurança dos Alimentos), o BEA passou a fazer parte das analises de risco, incluindo principalmente embarque, transporte e abate.

  • Na EU, 68 grandes e médias empresas trabalham com o conceito, existe grande interesse dos consumidores, bares e restaurantes.

 

  • 71% das empresas querem trabalham para traduzir em aplicações práticas.

 

  • Na Europa a Unilevar desde 2008 para a fabricação de maionese exige modificações no sistema de postura de ovos a partir de gaiolas.

 

Para o Brasil

 

 

  • Neste sentido, Bem Estar Animal passa a ser visto como política pública;

 

  • O MAPA tem cadeira nos principais fóruns nacionais das Américas e fóruns Globais;

 

  • Desde 2008 existe uma comissão no MAPA que vem listando e avaliando os principais gargalos, em 2012 foi criada uma nova comissão, a CTBEA (Comissão Ministerial Técnica Permanente de BEA) que forma parcerias, desenvolve material e organiza eventos como este. No momento a CTBEA trabalha focada em 27 pontos.

 

  • O processo é coordenado pela SDRC (Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo) em parceria com a SDA (Secretaria de Defesa Agropecuária)

 

  • Um exemplo entre os vários projetos em desenvolvimento é o Termo de Cooperação com o setor de Suínos, onde foram treinados para capacitação 250 motoristas.

 

  • A CTBEA também tem desenvolvido parcerias para produção de cartilhas e manuais de manejo com Universidades, Entidades e centros de pesquisa como a EMBRAPA.

 

  • O tema não é novo no Governo Brasileiro, em 34 o governo Getúlio Vargas já estabelecia decreto para regulamentar transporte e abate.

 

  • Entre as 300 faculdades de Zootecnia e Medicina Veterinária, 90 já possuem na grade curricular a matéria bem estar animal.

 

  • Determinar indicadores sobre qualidade no ciclo de vida.

 

  • O Sistema Silvo-pastoril é benéfico para o gado.

 

  • O BEA deve ser incluído nos índices de retorno no sistema ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta).


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