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Publicado em 27/05/2014 às 16:22:26 - atualizado em 28/04/2015 às 14:09:22

O Tabapuã é uma raça legitimamente brasileira. Sua formação se deveu por meio dos cruzamentos entre o gado mocho nacional e animais de origem indiana, especialmente a raça Nelore. A padronização da raça Tabapuã ocorreu definitivamente nos anos de 1940, no município de Tabapuã - SP, onde as suas características básicas se firmaram e se mantiveram até a atualidade.

Contudo, sua história reporta aos primórdios da introdução da pecuária zebuína no Brasil, mais especificamente ao ano de 1907 na região de Leopoldo de Bulhões, no estado de Goiás, quando o fazendeiro José Gomes Louza foi um dos primeiros criadores a adquirir zebuínos importados da Índia.

Nesse pequeno criatório que estava se formando, os irmãos Salviano e Gabriel Guimarães de Planaltina - GO, adquiriram três touros, dos quais sem alternativas de manutenção da raça, infundiram-os em cruzamentos com o gado mocho nacional de seu próprio plantel. No correr dos anos, com apuramento do sangue das gerações seguintes foram preservados as principais caracterísiticas zebuínas, surgindo como resultado, os primeiros animais mochos de ascendência indiana no Brasil.


Imagem de zebuíno originalmente brasileiro da raça Tabapuã. Crédito: Jadir Bison.

Na década de 1930, Lourival Louza, neto de José Gomes, dedicou-se a organizar o cruzamento desses animais com o Nelore. De tais experiências, originou-se o gado anelorado mocho ou baio mocho, como ficou conhecido. O sangue do Guzerá e do Gir foram introduzidos mais tarde e também contribuíram na formação do Tabapuã.

 

Nos anos 1940 o gado mocho efetivamente com características zebuinas começou a se espalhar por outras regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos Dourados, tranferiu alguns desses animais de Goiás até o estado de São Paulo, presenteando Alberto Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa, com um garrote zebuíno mocho.

 

A partir de 1943, Ortenblad desenvolveu em seu criatório as caracterizações finais que formataram a raça Tabapuã, por meio de um planejamento zootécnico elaborado. Sendo assim, o selecionador recolheu cem matrizes Nelore separadamente para as experiências de cruzamentos com o touro T-0, como era chamado o reprodutor mestiço.Os resultados de todos esses trabalhos foram avaliados e apurados de forma pormenorizada.

 

A partir de então, em decorrência desses cruzamentos prevaleceu nos animais resultantes à coloração branco-acinzentada do Nelore, permanecendo ainda as características sem chifres advindas das primeiras experiências com o gado mocho nacional.


Quadro - vantagens do Tabapuã.

Ante a expansão desses animais e dos bons resultados obtidos por novos criatórios, o novo zebuíno começou a ter aceitação promissora no mercado nos anos que se passaram. Em 1970, o Ministério da Agricultura - MA recomendou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ que o gado denominado de Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, ainda como "tipo". (FREITAS, Gustavo. BEEF POINT). Entretanto, a ABCZ ao realizar o registro genealógico da espécie, buscou ao longo de dez anos, provar o Tabapuã através de análises e avaliações das características que o diferenciavam de outros zebuínos.

 

Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que participou e em 1981 foi definitivamente reconhecido como raça. O terceiro neozebuíno a ser formado no mundo, depois do Brahman e do Indubrasil. Por ser o primeiro entre esses a surgir a partir de um planejamento específico, o Tabapuã é considerado a maior conquista da zootecnia brasileira dos últimos cem anos, segundo os especialistas entrevistados. (FREITAS, Gustavo. BEEF POINT).

Acesse este link e conheça a Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã - ABCT, fundada em 1969 tem o objetivo de difundir o nome da raça dentro e fora do País, mobilizando criadores associados em todo território nacional.

 

Veja também os padrões raciais da raça Tabapuã definidos pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ, acessando aqui!

 

Texto: Thiago Riccioppo


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