Bruaca, maleta de viagem usada pelos tropeiros.

Mala confeccionada em couro natural, ferro e madeira, adaptada para ser acoplada em lombo de animais utilizados como meio de transporte ou apoio entre os viajantes. Geralmente, para melhorar o aproveitamento do espaço oferecido pelo animal condutor, essas acomodações eram utilizadas em pares, onde cada uma das peças rústicas era usada para transportar objetos, víveres, alimentos, provisões de sobrevivência, mercadorias e afins. Em certas ocasiões ficavam presas com o auxílio de cordas ou correias nas cangalhas justapostas na parte dianteira da sela. Indícios históricos comprovam que esse tipo de item era frequentemente usado pelos mascates, comerciantes e tropeiros que começaram desde o século XVIII a desbravar as terras, promovendo a ocupação do interior do Brasil durante o Período Colonial. No final dos setecentos mais de meio milhão de pessoas vivia nas Minas Gerais e para garantir a sobrevivência e diversificar a circulação de bens, outras atividades foram desenvolvidas, como a agricultura e agropecuária. Esses viajantes transportavam nas bruacas carne, toucinho, café, arroz, feijão, farinha, milho, rapadura, aguardente, algodão, trigo, queijo e doce. Diversos animais como galinhas, carneiros, patos, perdizes também faziam parte das quinquilharias. Transportavam também utensílios como: selas, estribos, chicotes, chapéus etc. Tudo isso era transportado por tropas, que tocavam boiadas que eram comercializadas por todos os cantos. Com o advento da pecuária nas regiões nordeste e sudeste, esse costume acabou chegando até os dias atuais, passando a ser comum também entre os vaqueiros, peões e estancieiros de várias regiões do Brasil. A assimilação de muitos costumes sertanejos como este permaneceu entre os primeiros criadores de zebu e suas fazendas que foram surgindo na região do Triângulo Mineiro, a princípio. A data de origem desse objeto corresponde, provavelmente, a esse período, considerado importante para a consolidação da zebuínocultura. Foi durante as primeiras décadas do século XX que ocorreu a criação do Parque de Exposições Fernando Costa e a SRTM (Sociedade Rural do Triângulo Mineiro), que viria a se tornar pouco depois a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).