Passaporte de João Martins Borges - pioneiro na importação de zebu (séc. XX)

Passaporte oficial e original concedido pelo governo brasileiro a João Martins Borges em 1917, ocasião em que ocorreram as primeiras viagens para promover as importações que caracterizaram os anos clássicos da vinda do zebu para o país - o início do século XX. Nesse período, esses importadores vislumbravam o caráter rentável do zebu. O Brasil experimentava os anos calorosos da República Velha, quando Minas Gerais dividia o protagonismo econômico referencial com São Paulo. Filho do fazendeiro uberabense Coronel Joaquim Martins Borges, nasceu em 1º de julho de 1890, na fazenda Canoas em Araxá (MG). Aos 24 anos de idade foi à Índia para importar o Zebu. Como outros pioneiros na ocasião, encontrou sérias dificuldades para transportar o gado, geradas em parte pela Primeira Guerra Mundial e outros processos técnicos e burocráticos ligados às Índias Britânicas. Depois de idas e vindas, retornou à pátria zebuína com o irmão Virmondes e o primo Otaviano Borges Júnior em 1917. Uma fatalidade marcaria para sempre a história da zebuínocultura. O ano seguinte, em 1918, ocorreu o prelúdio da moléstia que faria dessa a sua última viagem. Ao preparar o retorno para o Brasil teve que seguir para Calcutá, onde faleceu em 18 de maior desse mesmo ano em um hotel em decorrência de uma intoxicação causada pela injeção conhecida como "914", aplicada para tratar uma infecção. Teve seus restos mortais enterrados no "Christian Cemetery". João Martins Borges tornaria então, com o rigor do tempo, o primeiro "mártir" da zebuínocultura.