Estribos confeccionados em couro artesanal.

Como um dos componentes usados nas montarias, o estribo é uma peça feita em couro, aço ou ferro, adaptada para fixar-se nas laterais da sela por um tipo de cinto de couro, servindo também como apoio para dar impulso durante a subida do homem no dorso do animal. Os primeiros registros históricos sobre esse item no Brasil são datados do século XVII, quando teve início o processo de expansão territorial da Colônia. Os tropeiros, ou condutores de tropas, foram bastante atuantes durante esse período, quando as comitivas de muares (em especial), equinos e bovinos tornavam-se cada vez mais comuns entre as regiões de produção (agrícola e mineral) e os centros consumidores. Um dos marcos iniciais do tropeirismo ocorreu quando a Coroa Portuguesa instalou em 1695, na Vila de Taubaté, uma importante Casa de Fundição, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então todo o ouro extraído das Minas Gerais deveria ser levado para as vilas e de lá seguia para os portos mais próximos, de onde era encaminhado para o reino, via cidade do Rio de Janeiro. O estribo foi ganhando importância à medida que a atividade comercial foi se desenvolvendo pela região, o que implicava no aumento da utilização de animais nas viagens, que eram longas e exaustivas. Esse objeto passou a ser usado com maior frequência para aumentar o conforto, a adaptabilidade e a resistência do homem, que na maioria dos casos fazia o trajeto entre as Províncias no lombo dos animais. Apesar da diminuição, essa atividade não desapareceu completamente na atualidade. A diversificação dos meios de transporte não foi capaz de excluir as tradições sertanejas, tanto que vários tipos de estribo continuaram sendo desenvolvidos ao longo do tempo.