A vara de ferrão é um tipo de bastão de madeira usado para tocar (apartar, encaminhar, separar) o gado. É um tipo de objeto atualmente em desuso (o que não significa que deixou de ser usado completamente), mas que corresponde aos tempos clássicos da pecuária tradicional brasileira durante os anos em que se seguiram desde os tempos de expansão do território colonial, a partir do século XVII, até o auge da República Velha (1889 - 1930). Na época dos coronéis, quando não havia cercas no sertão nordestino, os animais eram marcados e soltos na mata. Depois de alguns meses, esses latifundiários reuniam os peões (ou vaqueiros) para juntar o gado marcado. Desde então, essas "pegas de gado", que originalmente aconteciam no Rio Grande do Norte, ficaram conhecidas e se tornaram tradição em várias regiões no Brasil. Montados em seus cavalos, vestidos com gibões de couro, esses vaqueiros embrenhavam-se na mata cerrada em busca dos bois, fazendo malabarismos para escaparem dos arranhões de espinhos e pontas de galhos secos. Mesmo assim, perseguiam, laçavam e traziam os bois para a propriedade do coronel, fazendo uso da vara de ferrão, além de outros apetrechos. Nessa luta, alguns desses homens se destacavam por sua valentia e habilidade, e foi daí que surgiu a ideia da realização de disputas que ficaram conhecidas como "vaquejadas". Segundo registros históricos, somente em 1874 foi encontrado o primeiro registro de informação sobre vaquejada. O escritor José de Alencar escreveu a respeito da "puxada de rabo de boi" no Ceará, mas não como sendo algo novo, ele deixou claro que a prática já ocorria anteriormente. E se existia no Ceará, era indiscutível que pudesse existir em estados vizinhos como, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí, já que eram regiões tão semelhantes nos hábitos, atividade econômica e social, e ambiente físico. Foi isso que levantou a suspeita dos pesquisadores. Eles descobriram pela tradição falada que muito antes de 1870 já se praticava vaquejada no Seridó Potiguar. Uma indicação para isso era a existência dos currais de apartação de bois, que deram origem ao nome da cidade de Currais Novos, também no Rio Grande do Norte.