Oratório. Primeira metade do século XX.

Oratório de fabricação rústica e uso popular em capelas domésticas, talhado em madeira com detalhes de proteção de ferro, sob a técnica de montagem e encaixe. É todo elaborado sob a forma quadrada, onde a parte superior é estabelecida em módulos retangulares. Cada parte dele corresponde a 2 cm da total das quadraturas. Contém ainda 4 dobraduras situadas nas 2 portas dianteiras, onde uma pequena fechadura fixada na parte superior da entrada está acoplada. Cada um dos quatro pés da peça medem 5 cm de altura. De origem cristã, o Oratório é um espaço reservado para abrigar as imagens de santos, a princípio destinado à devoção particular. Originou-se na Idade Média, sendo até os dias atuais utilizado nas casas como local de oração. Inicialmente, foram construídos e pensados para as residências oficiais de personalidades de destaque (ou não) nos meios sociais, políticos e religiosos, como reis, imperadores, eclesiásticos, proprietários de terras e comerciantes. As famílias mais ricas também passaram a ter seus altares particulares à medida que o culto aos santos se propagava, quando as capelas passaram a ser frequentadas por associações leigas ou confrarias. Esse hábito europeu popularizou-se no Brasil enquanto Colônia portuguesa. Aos poucos, tal tradição espalhou-se pelas fazendas, senzalas e residências como local de culto privado ou público, acompanhando o pleno desenvolvimento das vilas, freguesias, cidades e províncias que foram se desenvolvendo na região. Era comum a existência de tropeiros que circulavam com oratórios de santos de suas devoções, como a padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem. Alguns deles vendiam santos de barro cozido, peças pequenas que se tornaram conhecidas como paulistinhas.