Régua para medir orelhas, Indubrasil. Segunda metade do século XX.

O indubrasil apresenta a mais comprida orelha entre as raças bovinas do mundo. Originária da Índia, a raça é bastante difundida no exterior, sendo considerada a primeira "neozebuína" do mundo a ser formada por cruzamentos entre o guzerá e o nelore, desde 1890 até 1920. Até a década de 40, aproximadamente, o culto ao indubrasil criou a mística de que quanto maior a orelha, maior o valor. Entre os anos iniciais em que a adaptação da raça ocorria no Brasil, um dos termos usados para indicar a boa procedência do animal era o tamanho das orelhas. Durante as feiras de premiação, os criadores andavam com fitas métricas, ou réguas, para medir as orelhas. Sua criação atual concentra-se no Nordeste brasileiro e Minas Gerais. No entanto, convém ressaltar que esse costume é de origem distante. Entre o expirar do século passado e o alvorecer do presente os conhecimentos que se possuíam no Brasil sobre o zebu e sobre as suas raças perfeitamente definidas na Índia estavam ainda no período nebuloso. Pouco ou quase nada se encontrava nos livros de então. Mesmo a bibliografia britânica sobre a matéria era parca e deficiente. O zebu de orelhas pendentes impressionava muito os primeiros importadores. Ademais, durante um bom tempo, as raças de orelhas grandes eram os zebus de fato, onde a tradição permitiu permanecer na mentalidade do criador o culto pela orelha descomunal do zebu. Atualmente esse tipo de culto está atenuado ou quase banido das técnicas tradicionais de promoção da raça, principalmente pelos criadores que procuraram estudar mais de perto a questão das raças do zebu e as características de cada uma delas.