Roda de Fiar, segunda metade do século XX.

A Roda de fiar é constituída por um banco levemente inclinado, sustentado por quatro pernas lisas de madeira, igualmente inclinadas; em duas delas prende-se um pedal formado por duas travessas, sendo uma menor perpendicular a outra maior; sobre o banco, em seu lado mais baixo, fixam-se dois braços paralelos e verticais, as "virgens", em cujas extremidades encaixa-se uma roda, a "bolandeira", de aro frisado, com remendos de chapas de ferro, e com raios em cruzeta, com uma rodela ao meio, atravessada por um eixo de ferro, o "veio", com um extremo terminado em uma biela, na qual se prende uma haste de madeira, ou "rabicho da bolandeira", cuja extremidade inferior liga-se ao pedal; no lado mais alto do banco, encontra-se a armação, ou "espelho", do dispositivo de fiação, composta por uma barra horizontal que se projeta além da largura do banco, duas traves verticais oitavadas na sua metade inferior e quadrangulares na metade superior travadas por uma travessa reta com os cantos arrematados por pinos torneados, de cujo meio eleva-se um outro pino, o "tempereiro", em forma de cavilha; entre as traves, ao meio, prende-se uma orelha de couro, que servem de sustentação ao fuso, este composto de um eixo onde se encaixam um aro de madeira, ou "volante", recortado em forma da letra "U", com um dos lados, onde acoplam um carretel e uma pequena roldana, que é movimentada por meio do "cordel", uma correia de transmissão ligada à bolandeira, que por sua vez é girada através do movimento de vai e vem que o pedal transmite ao rabicho da bolandeira. O processo de confeccionar fios é bem antigo. A hipótese mais aceita entre os historiadores é que a atividade teria surgido há cerca de 6.500 a. C.