Zebu, matéria-prima que traciona 50 segmentos industriais Voltar

Você está em: Vitrine do Zebu » Subprodutos Publicado em 23/04/2015 às 11:11:24

Em levantamento de 1975 a área de pastagens nativas e plantadas era de 165,6 milhões de hectares e abrigava um rebanho de 102, 5 milhões de cabeças. Em 2014, o espaço encolheu 8% se mantendo em 152 milhões de hectares, mas o volume de cabeças dobrou e foi computado em 208 milhões de cabeças. Fonte: (IBGE, 2014). A equação gera um suporte de 1,32 U/ha contra o 0,62 do passado.

Isso tem ocorrido porque a pecuária brasileira vem realizando um grande aporte tecnológico nos últimos tempos, motivo que possibilitará o aumento de produtividade - entre 40% a 45% nos próximos dez anos - e liberação de áreas para a agricultura. A elevação da taxa de lotação, número de cabeças por hectare, devido a investimentos em recuperação de áreas degradadas e emprego de fertilizantes para o cultivo do capim por parte do pecuarista, injeção de genética melhoradora no rebanho em geral, maior oferta de suplemento no cocho e a melhoria do manejo em sistemas de produção integrados ou exclusivos de criação, demonstram o processo de fortalecimento tecnológico da atividade.


Fonte: ABCZ/Divulgação.

Estatísticas produzidas pela ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras da Carne) para abates de 2014 apresentam o volume de 26,864 milhões de animais contra 21,8 milhões do período anterior. O Brasil elevou as exportações de carne bovina em 2014 em 3,3 por cento ante 2013, para 1,56 milhão de toneladas, tendo registrado um de seus melhores anos da história no embalo de fortes vendas, especialmente para Hong Kong, segundo a ABIEC.

 

Em receita, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram a marca de 7,2 bilhões de dólares, um novo recorde, com crescimento de 7,7 por cento ante 2013, diante de bons preços do produto. Fonte: (ABIEC/Reuters, 2014).

 

Para saber mais, acesse aqui o Relatório de exportações Brasileiras de Carne Bovina - Brazilian Beefs Exports produzidos pela ABIEC.

 


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Subprodutos:

 

Além dos frigoríficos e laticínios, são 49 os segmentos industriais que dependem dos subprodutos bovinos classificados como "não comestíveis" e "comestíveis". Alguns subprodutos entram nas duas categorias, como fígado, o mais comercializado para consumo humano. Os itens não comestíveis são inúmeros e precisam ser desmembrados em diferentes subprodutos. A bílis, por exemplo, é usada em fármacos.

 

Pelos, sebo, gordura, glândulas, tudo é aproveitado pela indústria de transformação colocar no mercado substâncias que vão para produção de medicamentos, sorvetes, gelatinas, produtos de confeitaria, perfumaria, sabão, sabonetes e velas. A vassoura do rabo dá origem a pincéis, escovas de cabelo, de roupa e de limpeza. Os chifres triturados entram em componentes químicos para extintores e a farinha de osso é fonte de cálcio e fósforo para enriquecer rações de animais e aves. O sangue bovino é insumo da produção de plasma, soro e farinha de sangue ou sangue solúvel.

 

 

  • O Sebo bovino

 

O Sebo bovino é um excelente nicho de mercado que ainda merece ser amplamente explorado no Brasil. Serve como matéria-prima para produção de biodiesel, sem concorrer com a produção de alimentos, além de possibilitar uma destinação do resíduo, mitigando impactos no meio ambiente. O Sebo também é utilizado para produção de cosméticos, sabões e ração animal.

 

Para que haja ampla viabilização do sebo bovino para produção de biodiesel, é necessário superar gargalos na cadeia produtiva entre os frigoríficos/graxarias e as usinas de biodiesel. É o que concluiu pesquisas realizadas pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/Esalq), de acordo com artigo produzido sobre o tema pela Beef Point.


Processo de industriação do couro. Fonte: (Revista Dinheiro Rural). Foto: Ernesto Rodrigues.

  • Couro, subproduto mais que nobre

 

"Somente em maio de 2014, o Brasil exportou mais de US$ 258 milhões em couro e peles, representando 1,3% das exportações do País. De janeiro a abril, foram US$ 960 milhões vendidos ao mercado internacional, um aumento de 25,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB). No acumulado de 2013, a receita obtida com os embarques totalizou US$ 2,5 bilhões, fechando um recorde histórico para o Brasil, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

O couro brasileiro é exportado para 85 países, nas mais diversas apresentações, como calçados, móveis, artefatos, e estofados para automóveis e aviões, dentre outros produtos de alto valor agregado. O setor curtimista brasileiro é composto cerca de 800 plantas curtidoras, processando 40 milhões de peles anualmente. Soma-se ainda, mais 2,4 mil indústrias de componentes para couro e calçados e 120 fábricas e máquinas e equipamentos deste ramo.

 

Acesse aqui, o Relatório de Acompanhamento Setorial - Indústria de Couro.

 

 

Segundo a Revista Pecuária Brasil, "O aquecimento no mercado é consequência de uma evolução que vem acontecendo no setor de couros na última década. A exportação brasileira passou de US$ 700 milhões, em 2000, para US$ 2,2 bilhões em 2011. O setor do couro emprega, atualmente, mais de 50 mil trabalhadores. Uma história de tradição em curtimento, que levou o Brasil ao patamar de segundo maior produtor, e quarto maior exportador do mundo, respondendo por 13% da oferta internacional deste produto". Fonte: (Revista Pecuária Brasil, 2014).

 

A qualidade do couro começa no campo. É fundamental um manejo animal adequado durante seu ciclo de vida até o abate para que não desperdice o produto, uma vez que a pele bovina pode ser danificada por ectoparasitas, tais como: carrapatos, berne, mosca-de-chifre. Além de marcações em locais e tamanhos não permitidos, varinha com ferrão, cortes e riscos profundos adquiridos na fazenda ou mesmo em transportes do gado. Ao avaliar essas preocupações, o produtor atendo poderá realizar duplamente - o manejo que propicia um melhor bem-estar animal e obter mais lucros com a venda de couro de qualidade, sem perdas de partes.

 

Neste vídeo abaixo, você pode verificar o processo de produção do couro artesanal. Fonte: Photo Brazil.

Mercado interno cresce e instala cenário de oportunidades para pecuária

 

Até bem pouco tempo, os melhores cortes e a melhor carne era exportada. A indústria lançava todo o arsenal de competitividade rumo a conquista e fidelização do consumidor presente no mercado internacional. Hoje, por uma série de fatores econômicos, comerciais e burocráticos, internos e externos, o brasileiro passou a receber mais atenção.

 

O setor identificou o comportamento do consumidor interno que tem a carne bovina como preferência ao centro da mesa de casa ou do restaurante e anda com mais dinheiro no bolso. Por causa desse fator já temos mais de uma dezena de marcas de carnes avançando sobre os nichos de mercado. E segundo analistas isso é só o início.

 

Estimativas trabalham com a perspectiva que o consumo mundial de carne bovina crescerá 14,5% de 2010 a 2019, com um incremento de 9,3 milhões de toneladas e a evolução da demanda mundial por carne bovina virá de países em desenvolvimento, onde o Brasil também figura. O cenário é positivo para a pecuária de corte, pois há produtos e marcas de alta qualidade, produzidos e comercializados no Brasil pelo mesmo preço que a carne mais cara, do local mais fino dos EUA. O produto prime está globalizado e o Brasil tem nichos e segmentos de mercado que pagam tão bem quanto os equivalentes europeus e estadunidenses.

 

A disponibilidade de recursos financeiros oficiais também tem melhorado. No Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015, foram disponibilizados R$ 156,1 bilhões para contratações em linhas de crédito diversificadas com objetivos de incentivar as boas práticas agrícolas e pecuárias, fortalecer as cooperativas do setor, estimular a produção de baixo carbono que termina por englobar as pastagens e reforçar práticas que asseguram a mitigação de gases causadores de efeito estufa, segundo integrante da diretoria de agronegócios do Banco do Brasil.

 

Vídeo sobre o Plano Agrícola e Pecuário. Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPA.

Segundo o Plano, dos 156,1 bilhões de reais disponibilizados para o financiamento da agricultura empresarial da safra 2014/2015, "representa um crescimento de 14,7% em relação à safra anterior, sendo R$ 112 bilhões para custeio e comercialização e R$ 44,1 bilhões para investimento, cujos acréscimos são de igual magnitude ao das disponibilidades totais. Desses recursos, R$ 132,7 bilhões serão aplicados com taxas de juros inferiores às de mercado". Fonte: (Plano Agrícola e Pecuário - PAP, 2014/2015).

 

* Texto eborado a partir de adaptações de artigo produzido por: Márcia Benevenuto, publicado na Revista ABCZ, nº 73.


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