Uma marca bem elaborada e duradoura geralmente acompanha a trajetória das entidades - sejam elas industriais, comerciais, culturais ou associativas -, e é fundamental para o fortalecimento e a longevidade da instituição. Um nome, como se sabe, não é construído de um dia para o outro. E os símbolos, segundo especialistas e estudiosos, tem muito a dizer sobre isso. Mais até do que palavras. Nesse sentido, não é difícil entender como a ABCZ tornou-se o maior símbolo mundialmente reconhecido entre os criadores de zebu. Por trás da famosa "marca do Caranguejo", como é popularmente chamada, há muita história para contar.

A figura geométrica de um triângulo e de duas linhas curvas representadas na logo faz referência à região do Triângulo Mineiro, onde a trajetória do zebu foi determinante para os rumos da pecuária bovina brasileira. Outros acreditam que o símbolo seja, talvez, a própria cabeça do gado zebu. É desse logotipo que se extraíram as logomarcas da SRTM (Sociedade Rural do Triângulo Mineiro), fundada em 1934 em Uberaba, e a ABCZ, criada à partir de 1960, depois de incorporar a antiga detentora do Registro Genelógico das Raças. A verdade é que o emblema só foi registrado oficialmente em 1970.

Nos primeiros esboços do desenho, a figura do triângulo ao centro e a letra (M) de Mineiro foram elaboradas de forma convencional. Sabe-se que o primeiro emblema foi criado na década de 1930 e lançado na primeira edição da Revista Zebu em 1939. Ao longo do tempo, o ícone passou por mudanças que acompanharam as transformações que envolveram a evolução da associação até os dias atuais. Sinônimo de pureza e qualidade no mundo inteiro, o zebu tem sua genealogia registrada por um ícone que foi tradicionalmente incorporado na marcação do gado a ferro em brasa, como é costume desde os tempos clássicos da atividade.

A distinção do gado possuidor do SRG (Serviço de Registro Genealógico) concedido pela SRTM é fundamental para a valorização do rebanho. Acima, é possível observar em fotografia da época o presidente Vargas marcando um animal zebuíno em cerimônia comemorativa sobre a concessão do registro à entidade em 1938. A adoção dos critérios que garantiam a pureza e a origem das raças devia, sobretudo, obedecer às exigências desenvolvidas e defendidas pelos criadores do zebu nesse período.