Antônio Lutterbach, uma família de criadores em Nova Friburgo Voltar

Você está em: Memórias do Zebu » Importações de Zebu para o Brasil » Segunda Fase (1875 - 1891) Publicado em 23/06/2015 às 16:12:20 - atualizado em 28/11/2016 às 18:03:29
Antônio Lutterbach, em ilustração do final do século XIX.

Seguindo o exemplo dos barões do café, alguns fazendeiros de origem suíça da região do Vale do Paraíba fluminense enveredaram na criação do zebu, dentre os quais podemos destacar as famílias: Lutterbach, Monnerat e os Van Erven. Antônio Lutterbach, casado com e Margarida Wermelinger Monnerat, era o segundo filho do casal de imigrantes suíços Joseph Jonhann Constatin Lutterbach e Mirie-Barbe Regine Monnerat. Seu pai Joseph, fazia parte de uma irmandade de suíços que vieram para o Brasil, embarcados na tenebrosa viagem na qual faleceram inúmeras pessoas durante a travessia do Atlântico do navio Camillus em 1819.

Com dificuldades, pouco a pouco os Lutterbach se estabeleceram economicamente em Nova Friburgo, adquirindo a Fazenda Três Barras em 1833 em Cantagalo e, posteriormente, as fazendas Santa Catharina e Glória em 1895. Em 1884, Antônio Lutterbach começou a desenvolver a criação de bovinos. Esquivando-se de pressupostos comuns para a época, como criar zebuínos misturados a outras raças, trabalhava em busca de animais puros e de qualidade comprovada. Por isso, provavelmente em 1887, através das casas Hagenbeck ou Friburgo & Filhos, encomendou exemplares zebuínos vindos diretamente da Índia.


Fac-símile de folheto de divulgação da Primeira Exposição de Gado realizada em Cordeiro, em 1921.

Animado com o resultado da adaptação desses animais aos trópicos, organizou importações posteriores em outras ocasiões. Seu filho, Júlio Cesar Lutterbach, prosseguiu com o trabalho de criação e seleção, fazendo deles uma família que prosperava entre os mais importantes criadores de Nelore e Guzerá durante boa parte do século XX. Com falecimento de Júlio, a terceira geração deu continuidade ao desenvolvimento do rebanho através de João Lutterbach. A paixão dessa família chegou aos dias atuais, mantendo até então a tradição outrora iniciada com empenho pelos pioneiros na criação de zebu no Brasil.

 

Texto e pesquisa: Thiago Riccioppo, Historiador, Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU; Gerente Executivo do Museu do Zebu/ABCZ e colaborador do CRPBZ.


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