Elias Antônio de Morais (Barão das Duas Barras)
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Memórias do Zebu » Importações de Zebu para o Brasil » Segunda Fase (1875 - 1891)
Publicado em 28/11/2016 às 18:06:03
O 2º Barão das Duas Barras (1840-1927), Elias Antônio de Morais era filho de João Antônio de Morais, o 1º Barão das Duas Barras e de Georgina Augusta de Morais. Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, exercendo sua profissão sem buscar auferir lucro pessoal. Por ocasião de seu matrimônio, seu pai lhe presenteou em 1867 com a Fazenda Ribeirão Dourado, situada no município de Cordeiro. Nessa fazenda passou a residir e a dedicar-se à agropecuária.
Elias Antônio de Morais libertou todos os seus escravos muito antes da Lei Abolicionista de 1888, contudo, preferiu substituir em suas terras a mão de obra escrava por colonos europeus, em particular: italianos, espanhóis e portugueses. Esses colonos trabalhavam no "sistema de meia", quando o proprietário lhes oferece a terra para cultivo, moradia e divisão de resultados. No espaço onde funcionava a senzala, instalou-se uma "botica", ou espécie de farmácia para atender os necessitados.
A produção na fazenda Ribeirão Dourado era de atividades mistas, isto é, de criação de gado e de plantio de café à meia com os colonos. Conhecedor da ciência zootécnica enveredou-se na criação de raças de gados europeus como o Holandês, o Normando, o Simental e o Schwitz. Dedicou-se também na criação de cavalos, adquirindo exemplares das raças Andaluz, Campolino e Mangalarga. Chegou até a apurar uma nova raça batizada de "Joia", que não foi registrada.
Em 1870, importou diretamente da Índia alguns exemplares zebuínos, sendo seu rebanho considerado por autores como WEISS (1956) e SANTOS (2009), como o primeiro rebanho de zebu a ganhar notoriedade no Brasil, principalmente pelo seu criatório da raça Guzerá. Foi dali que saíram parte dos animais formadores de plantéis das famílias Lutterbach e Monnerat e do famoso rebanho de Guzerá de João de Abreu Júnior.
Fazenda Ribeirão Dourado. Pintura de Nicolau Facchinetti, do livro JUNIOR, Donato de Mello, Facchinetti. São Paulo, SP.
A partir de então, o barão participou de inúmeras iniciativas em defesa do zebu, seja contribuindo para organização de exposições ou demonstrando as qualidades e as vantagens desse gado. "(...)Em 1880, já podiam ser vistos mestiços zebuínos de suas matrizes em animais de trabalho nas propriedades da Família Clemente Pinto. Em muitos locais o zebu firmava-se como gado mais adequado, destronando as raças europeias até então em voga, mas que, definitivamente, não podiam competir com o zebu nos cafezais, nas montanhas e no dia-a-dia das fazendas". (SANTOS, 2009).
Texto e pesquisa: Thiago Riccioppo, Historiador, Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU; Gerente Executivo do Museu do Zebu/ABCZ e colaborador do CRPBZ.
A partir de então, o barão participou de inúmeras iniciativas em defesa do zebu, seja contribuindo para organização de exposições ou demonstrando as qualidades e as vantagens desse gado. "(...)Em 1880, já podiam ser vistos mestiços zebuínos de suas matrizes em animais de trabalho nas propriedades da Família Clemente Pinto. Em muitos locais o zebu firmava-se como gado mais adequado, destronando as raças europeias até então em voga, mas que, definitivamente, não podiam competir com o zebu nos cafezais, nas montanhas e no dia-a-dia das fazendas". (SANTOS, 2009).
Texto e pesquisa: Thiago Riccioppo, Historiador, Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU; Gerente Executivo do Museu do Zebu/ABCZ e colaborador do CRPBZ.
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