A paixão pelo Zebu existe desde quando o homem aprendeu a fazer do sedentarismo a gênese embrionária do progresso coletivo em favor da sobrevivência, arcabouço vital para as organizações humanas e sua perpetuação no planeta. Registros históricos mencionam miniaturas e pictogramas do animal há cerca de 4.000 a.C., em Mohenjo-Daro, no antigo Vale do Sindi, no Paquistão. Se o tempo é capaz de legar vestígios como esses, imagine o que as memórias de muitos protagonistas da história do Zebu no Brasil podem fazer para manter a chama dos acontecimentos acesa?

Tomando por base a História Oral, o ato de captar entrevistas criam fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. O conjunto de documentos de tipo biográfico, ao lado de memórias e autobiografias, que permitem compreender como indivíduos experimentaram e interpretam acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em geral tornam o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros.

Tendo em vista essas considerações, o Museu do Zebu se propõe a incentivar atividades de valorização da Memória e a História do Zebu. Elas podem seguir algumas metodologias específicas ou, quando apropriado, registrar com versatilidade momentos culturais importantes para a divulgação e preservação da memória. É como aconteceu (e acontecerá em eventos posteriores), como o Café com Prosa realizado no dia 21 de agosto de 2015.

A primeira edição do projeto contou com a participação de pessoas de destaque na valorização e preservação do legado sobre a pecuária zebuína Brasil. Na ocasião, houve um bate papo entre o vice-presidente da ABCZ e pecuarista, de tradicional família de criadores de Zebu, Arnaldo Machado Borges; as historiadoras e membros do Conselho do Museu - Eliane Mendonça Marquez de Rezende e Maria Antonieta Borges Lopes; o ex-presidente da ABCZ - quando, em sua gestão, ocorreu a fundação do Museu - Newton Camargo Araújo; e o fotógrafo e jornalista Fabiano Schroden - neto do alemão João Schroden, um dos primeiros cineastas e fotógrafos atuantes no interior do Brasil a partir da década de 1920, que registrou por cerca de 50 anos, vários momentos da trajetória do Zebu em Uberaba/MG e região.

O bate papo ocorreu abordando sobre os vários contextos, passando pela criação do museu e sua trajetória de mais de 30 anos. A plateia acompanhou tudo atentamente, estando entre eles a "velha guarda" que foi homenageada, colaboradores, representantes de institituições políticas e educacionais de Uberaba, além de outros parceiros do Museu do Zebu e Centro de Referência da Pecuária Brasileira - CRPBZ.

O evento contou também com o oferecimento de um delicioso café. Além da exibição de dois filmes em 8mm descobertos recentemente (um sobre o translado dos restos mortais do importador João Martins Borges e outro sobre imagens aéreas do Parque Fernando Costa, ambos datados da década de 1970 e produzidos por Schroden). Em seguida, ocorreu a entrega dos certificados aos homenageados, a apresentação das ações do Museu do Zebu (1º Semestre de 2015), além de outras homenagens aos antigos e novos colaboradores da instituição.

Em breve, um vídeo será publicado no CRPBZ sobre o evento.

A seguir, acesse os arquivos que contém a programação completa, além dos dispositivos apresentados durante o Café com Prosa:

Fotos (João Martins Borges)

Ações do Museu do Zebu (1º Semestre - 2015)

Convite (Café com Prosa)

Discurso sobre João Schroden Jr, fotógrafo e cineasta uberabense

Discurso sobre o importador homenageado, João Martins Borges