Josias Ferreira de Morais, acompanhante e auxiliar nas importações de Armel Miranda na Índia Voltar

Você está em: Memórias do Zebu » Importações de Zebu para o Brasil » Terceira Fase (1898 - 1921) Publicado em 27/10/2015 às 08:55:07 - atualizado em 28/11/2016 às 18:19:00
Josias Ferreira de Morais em fotografia do início do século XX. Acervo: MZ

Josias Ferreira de Morais junto com Quirino Pucci acompanhou o negociante de gado Armel Miranda para ajudá-lo na empreitada de sua terceira e última expedição à Índia para compras de zebuínos em 1917. Após chegarem a Bombaim, os importadores seguiram para Ahmedabad, onde estabeleceram contato com os "lambardis" - vaqueiros. A partir de então, percorreram zonas de criatórios em Palampur, Radhampur, Tharad e Kutch. A travessia do gado se deu através de uma embarcação japonesa que circunavegou o continente africano pelo sul até atingir o Oceano Atlântico que, finalmente navegou até Santos, sem contratempos como na viagem anterior.


Índia, 1918. Acervo: MZ

Além de importador, Armel Miranda foi um dos mascates pioneiros na região do Triângulo Mineiro, sendo um dos responsáveis pelo início da difusão da pecuária zebuína no Brasil. Em 1911 vendeu cerca de 250 animais nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Devido a este fato, é considerado um dos introdutores do zebu na região Sul do País. Segundo relato de Weiss (1956), enviou cerca de 4 mil animais para esta região nos anos posteriores. Em fins de 1916, o "zebuzeiro" contribuiu também para a expansão do mercado na região Norte, com regulares partidas de reprodutores, principalmente ao estado do Pará.

 

Miranda foi pioneiro também na exportação, realizando as primeiras viagens ao exterior para vender o gado zebu do Triângulo Mineiro. Numa dessas viagens, embarcou no ano de 1923, em direção ao porto de Vera Cruz, no México, 200 reprodutores. Próximo ao desembarque, o navio que transportava os animais encalhou, permanecendo 12 dias, até que pudesse descer no solo mexicano. Dos animais, apenas um não resistiu aos efeitos da viagem. Contudo, devido a difícil absorção do gado pelo mercado mexicano em virtude de um momento de instabilidades econômicas e aos conflitos político-sociais desencadeados na região, as negociações com o incipiente mercado foi fortemente abatida. Tais transações estavam enquadradas em um acordo diplomático comercial travado entre o Brasil e México para exportação de produtos nacionais ao país da América do Norte.

 

Autor: Thiago Riccioppo, Historiador, Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU; Gerente Executivo do Museu do Zebu/ABCZ e colaborador do CRPBZ.


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