Leite como alimento funcional é tema de pesquisa Voltar

Você está em: Vitrine do Zebu » Leite Publicado em 13/11/2015 às 17:26:13
Maria Gabriela, pesquisadora

Pesquisadora da Embrapa fala sobre a busca por esse alimento saudável e os desafios dos estudos
*Por Faeza Rezende, jornalista

Ela tem mais de 25 anos de carreira, atuando principalmente em pesquisas de melhoramento genético de bovinos de leite. Na área, a médica veterinária Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto atua como pesquisadora junto à Embrapa Gado de Leite e tem focado seus estudos em dois pilares do melhoramento: a variabilidade genética e a qualidade do leite como alimento.

A pesquisadora explica que o primeiro ponto - a diferenciação genética - é uma ferramenta essencial para que o melhoramento aconteça. "Sem a variação nas características, não há como identificar os melhores e os piores animais e, assim, proceder a seleção", justifica. Maria Gabriela explica que essa etapa é fundamental para que não se ocorram riscos de perder características, que inclusive ainda não foram trabalhadas, como adaptação e fertilidade, importantes para o sistema de produção.

 

Já a segunda linha de pesquisa é voltada para a qualidade do leite. A intenção é destacar os benefícios do alimento para a saúde humana, ou seja, identificar os benefícios dele enquanto "alimento funcional". "É o famoso mercado da Nutracêutica", diz a estudiosa, fazendo referência a uma espécie de nova disciplina científica que combina os termos nutrição e farmacêutica, estudando os componentes fitoquímicos presentes nos alimentos e descobrindo as suas propriedades para promover a saúde e possíveis curas de doenças.

 

Ainda de acordo com Peixoto, os estudos também são direcionados para o alelo A2 da beta-caseÍna (proteína presente no leite). Já está provado que o leite com esse tipo de alelo não causa alergia. "Queremos direcionar as pesquisas para um leite mais saudável, aumentando a frequência desses genes na população (bovina). A gente tem que trabalhar para que isso seja disseminado tanto na população pura, quanto na população de mestiços", conta.

 

Para que isso aconteça, o principal desafio, segundo a especialista, é o pequeno banco de dados brasileiro. "A França genotipa quase 100% do seu rebalho e fenotipa 100%. Todos os animais são controlados com diversas características de interesse. Nós ainda temos uma cobertura, em termos de controle leiteiro e aferição de fenótipo, muito pequena. Para mudarmos isso, é preciso levar informação (de qualidade) sobre genômica para o produtor e também conseguir amparo público para que as coisas aconteçam, já que os custos hoje são muito altos", finaliza.

 

Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto possui graduação em Medicina Veterinária pela Escola de Veterinária (1988), Mestrado em Zootecnia (1993) e Doutorado em Ciência Animal (2000) pelo Departamento de Zootecnia - Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. É Pesquisadora junto à Embrapa Gado de Leite, na área de Genética e Melhoramento Animal.

 

"O Brasil ainda é jovem nesse tipo de iniciativa científica. Mas as pesquisas em outras partes do mundo têm encontrado, por exemplo, nos ácidos graxos do leite, algumas variantes como o ácido linoléico conjugado - o famoso CLA - que tem ação preventiva em alguns cânceres", conta a pesquisadora.

 

Veja a entrevista completa com a pesquisadora no vídeo exclusivo do Centro de Referência da Pecuária Brasileira - Zebu:


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