O manejo nutricional é fundamental para que se tenha um maior aproveitamento do espaço e das potencialidades nutricionais de forrageiras e leguminosas no estabelecimento rural. Segundo pesquisas sobre indicadores de lucratividade em propriedades de Minas Gerais Bahia e Goiás, mais de 80% do custo da atividade leiteira vem da alimentação (RESENDE, 2010).

O acréscimo de 16,0 bilhões de litros de leite em 39 anos no Brasil esteve mais relacionado ao aumento do número de vacas ordenhadas do que pelo aumento da produtividade em si. Esta baixa produtividade, seja por produção de leite por unidade área (litros /ha/ano) ou média de produção por vaca/ano, deve-se principalmente a dois fatores: o mau desempenho reprodutivo e a baixa qualidade genética dos animais que resultam em baixa produção da vaca na lactação, curta duração da lactação e baixa persistência da produção (FERREIRA, 2000).

Para Paulino (2004), na produção de bovinos no Brasil, o aumento da eficiência na produção está relacionada à melhoria de condições de alimentação, sendo a suplementação uma alternativa que possibilita a adequação dos níveis necessários para que o animal resista aos períodos de seca.

Santos et al., (2009) estudaram indicadores zootécnicos de quatro sistemas de produção de leite no sul da Bahia e concluíram que os participantes de assistência técnica e gerencial apresentaram índices zootécnicos superiores aos valores médios nacionais e da região, porém deveriam investir nas melhorias e uso de pastagem bem como melhorar a eficiência da mão de obra.

No Brasil, principalmente na época seca do ano, o rebanho apresenta características de subnutrição que afetam sensivelmente sua eficiência reprodutiva. Esta sazonalidade, representada por um período de chuva e outro de seca, colaboram para esta oscilação nutricional ao longo do ano (NEIVA, 1992 e SANTIAGO, 1984).

Um dos fatores que determinam o desempenho de animais a pasto é o consumo de forragem que é influenciado por diversos fatores como a qualidade do pasto, ambiente (muito frio ou muito quente), animal (raça bem adaptadas ou não a climas extremos e suas interações. Quando a produção é a pasto, o consumo de matéria seca verde sofre influência da disponibilidade de forragem bem como pela estrutura da vegetação (densidade, relação folha-colmo e altura). Se o pasto tem baixo nível de proteína, uma complementação por meio de suplemento proteico pode ser fornecida ao rebanho influenciando diretamente no ganho de peso ou leite, Santos (citado por SILVA, 2009).

Segundo Silva (2008), as primeiras pesquisas relacionadas à produção animal a pasto baseavam-se na maximização produtiva à custa de pesados investimentos em adubação e irrigação acarretando altos custos financeiros. Esta fase reflete a maneira pragmática e imediatista de um modelo de produção que se justificava pelo retorno financeiro rápido e aumento de produtividade e competitividade do mercado.

Segundo Lemaire (citado por SILVA, 2008), uma nova percepção está sendo construída, onde a exploração de pastagem tem ganhado contornos de princípios éticos de criação, manejo de animais e o uso da pastagem rural para outros fins que não somente a produção de alimentos, mas como um espaço de preservação de recursos naturais, habitação, recreação e lazer. Este fato vem forçando a revisão dos parâmetros de produção e o planejamento de sistemas de produção animal em pastagem onde existe o desafio de criar ambientes pastoris adequados, que aperfeiçoem o consumo de nutrientes pelos animais, porém com parâmetros sustentáveis.

A seguir acompanhe os estudos de Felipe Tonato da Embrapa Amazônia Ocidental. Este trabalho foi realizado dentro do projeto Animal Change Regional Training Course - Livestock and Climate Change. Projeto mundial de força tarefa de educar e divulgar técnias e manejos de diminuição de impactos ambientais na produção de alimentos.