Febre Aftosa: Conheça o PNEFA (MAPA) e acesse outros suportes de auxílio ao combate da doença Voltar

Você está em: A Força do Agronegócio » Destaques Publicado em 17/05/2016 às 08:13:36
ABCZ pede vacinação total contra a aftosa. Fonte: RuralPecuária, 2016.

Segundo a Revista Veja, o primeiro caso da Febre Aftosa no mundo foi registrado em Verona, na Itália, em 1514. O gado era criado em áreas florestais. Acredita-se que o vírus tenha origem em matas silvestres. No Brasil, a doença foi detectada pela primeira vez em 1764. É uma das zoonoses de maior importância econômica no país, por isso estuda-se uma solução para sua erradicação desde 1950.

A doença pode comprometer a economia - quando ocorre um foco a exportação de produtos animais pode ser interrompida, gerando algumas perdas aos produtores e colocando em risco a credibilidade das negociações do mercado no exterior. Embora os tempos estejam favoráveis à exportação da carne bovina, por exemplo, todo cuidado é necessário. Mesmo que o quadro tenha deixado de ser grave há tempos, o melhor remédio continua sendo a prevenção. E o Brasil sabe muito bem como fazer isso.

 

O que é e quais são os sintomas

 

A febre aftosa é uma doença infecciosa altamente contagiosa que acomete animais de cascos bipartidos, como os bovinos, ovinos, caprinos, suínos e ruminantes selvagens. O mal pode ser transmitida diretamente por meio do contato com animais contaminados, via secreções e excreções, bem como pelas vias aéreas (vírus aerotransportado); ou indiretamente por meio de objetos, veículos ou vestuários que estejam contaminados e até mesmo pelas mãos de pessoas que lidaram com focos infectados.


A vacinação é o método mais eficaz contra a Febre Aftosa. Foto: FeedFood, 2015.

Os primeiros sintomas apresentados pelo animal são febre alta e perda do apetite, dificuldade de mastigar e engolir alimentos, seguidos de aftas na boca, na gengiva ou na língua, e principalmente por feridas nos cascos ou nos úberes. A salivação é um indício importante para o alerta e adoção dos primeiros procedimentos que ajudarão no diagnóstico preciso, o qual é considerado fundamental para evitar que a produção de leite, o crescimento e a engorda fiquem prejudicados.

 

A intensidade da doença é variável, mas sabe-se que ela pode atingir preferencialmente animais jovens, principalmente os que estão em aleitamento. Ela não oferece sérios riscos à saúde humana por não apresentar evolução grave, além de ser raríssima. A cura tem tratamento simples e eficaz. Pode ser transmitida através do contato com as secreções dos animais contaminados, pelo consumo de carne, leite ou derivados. Apenas um caso foi registrado na Grã-Bretanha, em 1966.


Quando as vesículas se rompem, as partículas virais são liberadas no ambiente. A salivação também libera vírus. BeefPoint, 2015.

Como combater a Febre Aftosa?

 

O governo tem tomado medidas importantes para conter a doença. No Brasil a prevenção é feita por meio de vacina aplicada de 6 em 6 meses, a partir do terceiro mês de vida do animal. O método é obrigatório a todos os criadores de animais, de forma que as recomendações do fabricante com relação à dosagem, prazo de validade, modos de conservação, entre outros, sejam obedecidas.

 

Segundo matéria publicada pela Revista Superinteressante (importante para a divulgação do conhecimento científico ao público amplo e diversificado), ela se espalha não só pela carne e por seus produtos, como os ossos e o leite, mas também pelo ar - até uma sola de sapato pode dar uma carona para o vírus de uma fazenda para outra. No entanto, importa saber que a doença, ao contrário do mal da vaca louca, não é muito perigosa. Apenas 5% dos animais adultos contaminados morrem - os outros sofrem por algum tempo apenas com feridas na boca e nos pés, febre e anorexia, e depois saram.

A doença nos bovinos acarreta perdas produtivas diretas, que podem chegar a 25% da produção de carne e leite, abortos e mortes (no caso de animais mais jovens), além de importantes perdas indiretas como a interrupção da comercialização da carne e derivados, e de animais vivos para o mercado internacional, como já foi dito antes. A ocorrência da moléstia afeta bastante a abertura dos mercados aos produtos de origem animal, o qual exige rígida cautela na aplicação dos trâmites que compõem os embargos e outras imposições mínimas de segurança e prevenção para o gênero.

 

Para controlar e erradicar o mal é essencial preconizar o seu diagnóstico e notificar obrigatoriamente os órgãos competentes. A partir dessas medidas, é feito o isolamento da região com a proibição de saída de animais ou venda de produtos dessa origem, sendo necessário o abate e incineração adequada de todos que ali estejam contaminados. Simultaneamente, ocorrem severas restrições impostas pelos principais países importadores aos países afetados pela doença.


Foco da doença deve ser tratada com isolamento, abate e incineração dos animais contaminados. Foto: zh.clicrbs.com.br, 2016.

A OIE (World Organization for Animal Health) e o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), por meio do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa), desenvolveram medidas e trabalhos no sentido de obter reconhecimento oficial para o Brasil como um país livre da doença. Dentre as principais medidas estão o estabelecimento da obrigatoriedade do uso da vacina duas vezes ao ano, além do controle e testes oficiais de qualidade para aquelas que são produzidas no país.

 

Em síntese, a prioridade mesmo é a erradicação da doença no país, valendo-se da prevenção por meio da vacinação, conforme foi dito anteriormente. Essa medida é tomada efetivamente em mais de 85% do rebanho brasileiro, graças a uma ação firme do Governo Federal. A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza o controle da febre aftosa dentro de uma campanha geral de erradicação hemisférica. Esta ação é coordenada pela OPS (Organização Pan-Americana da Saúde), a OMS e o Centro Pan-Americano da Febre Aftosa, PANAFTOSA-OPS-OMS, situada no Rio de Janeiro e o Centro de Referência Para as Américas Sobre Febre Aftosa, sua epidemiologia, vigilância sanitária e controle e erradicação da doença.

O MAPA e o PNEFA (Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa)

 

O MAPA legisla e regulamenta a produção, controle e aplicação das vacinas contra a febre aftosa, controla a epidemiologia da doença no Brasil e determina o combate à mesma com foco no controle e posteriormente a erradicação, tornando obrigatória a campanha nacional de vacinação duas vezes no ano. Compete ao órgão administrar as vacinas utilizadas na campanha e definir as exigências de qualidade que estas devem ter para serem utilizadas na ocasião.

 

Atualmente o órgão implantou uma nova técnica de controle das vacinas que estuda o seu nível de purificação, avaliando sua capacidade em gerar anticorpos contra Proteínas não Estruturais (vacinas testadas para 3ABC / EITB desde janeiro de 2009). O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como estratégia principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

 

É importante esclarecer que a execução do PNEFA é compartilhada entre os diferentes níveis de hierarquia do serviço veterinário oficial com participação do setor privado, cabendo a cada um as responsabilidades destacadas na figura a seguir (veja infográfico). Os governos estaduais, representados pelas secretarias estaduais de agricultura e instituições vinculadas, responsabilizam-se pela execução do PNEFA no âmbito estadual.


Responsabilidades compartilhadas do PNEFA. Fonte: www.agricultura.gov.br, 2016.

Fonte: PNEFA (MAPA), ABCZ, OIE, Embrapa, Revista Veja, Revista Superinteressante, Canal Rural, ANIEC, BeefPoint, BrasilEscola, InovaBiotecnologia, USP.

 

Referências Bibliográficas:

 

ASTUDILLO,V; ZOTELLE,A. A Febre Aftosa e o Mercado Mundial de Produtos Agropecuários. In: VI Congresso Internacional de Medicina Veterinária em Língua Portuguesa (Anais). Salvador, 1993.

 

LYRA,T.M.T; SILVA,J.A. Evolução do Conhecimento Científico e Sua Aplicação nas Políticas Públicas de Controle e Erradicação da Febre Aftosa no Brasil, 1950-2008. A Hora da Veterinária. Dmiranda, 2008.

 

HELLMEISTER, I.; BERTELLI,R.;OLIVEIRA.R.; Brasil e a Febre Aftosa - Detalhes do Descaso. Revista Eletrônica de Veterinária REDVET.vol 6 n.11. Disponível em <www.veterinariaorg/revistas/redvet. ISSN 1695-7504.2005.

 

Assista a seguir ao vídeo do MAPA sobre o PNEFA e acesse alguns links e arquivos importantes para a sua pesquisa e conhecimento sobre a doença.

Evolução Geográfica do Processo de Implantação de Zona Livre de Febre Aftosa no Brasil (PNEFA)

Classificação de Risco da Febre Aftosa e Zona Livre - 2014 (PNEFA)

Condição Sanitária do Brasil em Relação à Febre Aftosa - OIE 2014 (PNEFA)

Mapa de Estratégias de vacinação contra febre Aftosa no Brasil - 2015 (PNEFA)

Mapa de Área habilitada para exportação de carne "in natura" de bovinos para União Europeia (PNEFA)

Mapa das Unidades Veterinárias Locais do Brasil (PNEFA)


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