Antonio Jorge Camardelli da Abiec fala sobre os impactos do Brexit no mercado da carne Voltar

Você está em: A Força do Agronegócio » Palavra de especialistas Publicado em 27/06/2016 às 14:54:59 - atualizado em 28/06/2016 às 08:08:55
Foto: Sociedade Nacional da Agricultura

SÃO PAULO (Reuters) - Os volumes de exportação de carne processada e in natura do Brasil para a União Europeia não devem sofrer impactos no curto prazo diante da decisão do Reino Unido de se retirar do bloco de países, avaliou o presidente da associação das indústrias exportadoras do setor, Abiec, Antonio Jorge Camardelli.

Os volumes de exportação de carne processada e in natura do Brasil para a União Europeia não devem sofrer impactos no curto prazo diante da decisão do Reino Unido de se retirar do bloco de países, avaliou o presidente da associação das indústrias exportadoras do setor, Abiec, Antonio Jorge Camardelli.

 

"Vamos ter que esperar um pouco as melancias se ajeitarem na carreta", disse Camardelli sobre o resultado do referendo divulgado nesta sexta-feira.

 

O Brasil é líder na exportação global de carne bovina e tem na União Europeia um importante mercado.

 

"Vamos ter de aguardar o processo de transição, mas não temos preocupação sobre isso no curto prazo, a Europa e o Reino Unido têm participação importante no consumo de carne industrializada. Como não estão saindo da OMC, seguramente no curto e no médio prazo vamos continuar parceiros."

 

A decisão de saída da União Europeia derrubou mercados de várias classes de ativos ao redor do mundo nesta sexta-feira e ações de grandes exportadores brasileiros de proteína animal mostraram perdas ao longo da sessão.

 

As ações da JBS, maior processadora de carne bovina, recuaram 3,5 por cento nesta sexta-feira, enquanto as da maior exportadora de carne de frango BRF tiveram queda de 3 por cento.

 

Procurada sobre o referendo do Reino Unido, a BRF afirmou em breve comunicado que "a companhia já realizou estudos sobre o assunto (saída do Reino Unido da UE), porém, é prematuro esmiuçá-lo neste momento".

 

Já a JBS afirmou que a decisão é "muito recente" e que vai avaliar se vai haver algum impacto para a empresa.

 

A BRF, que promove um esforço de internacionalização de suas atividade que inclui a Europa, concluiu em fevereiro deste ano a aquisição da Universal Meats, no Reino Unido, por 34 milhões de libras esterlinas. Em abril do ano passado, a empresa acertou uma joint venture com o grupo Invicta Food para distribuição de alimentos processados nos mercados britânico, além de Irlanda e Escandinávia.

 

Já a JBS anunciou há cerca de um ano a aquisição da empresa britânica de frangos e alimentos processados Moy Park, da brasileira Marfrig, por 1,5 bilhão de dólares, em estratégia para reforçar sua presença na Europa.

 

Segundo os dados da Abiec, o Brasil vendeu para a União Europeia 121,4 mil toneladas de produtos de carne bovina em 2015, enquanto o Reino Unido comprou 24 por cento desse total, a maior parte consistindo de produtos processados.

 

As vendas externas para a UE somaram cerca de 802 milhões de dólares, de um total de cerca de 6 bilhões de dólares em carne vendida pelo Brasil ao exterior.

 

"O Reino Unido está saindo da UE, não da OMC e hoje a Inglaterra é um dos países mais harmônicos do ponto de vista comercial, diferente de França e Irlanda que contestam um acordo agrícola da UE com o Brasil", completou Camardelli.

 

Fonte: Reuters, autor Alberto Alerigi Jr. (Texto adpatado pela equipe do CRPBZ).

 


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