Agronegócio em alta: O Brasil quer "sangue novo" para a exportação de gado vivo (MAPA) Voltar

Você está em: A Força do Agronegócio » Destaques Publicado em 29/06/2016 às 14:36:22 - atualizado em 29/06/2016 às 14:47:05
Embarque da carga de bois vivos. Fonte: ma.gov.br, 2016

O Ministério da Agricultura quer dar sangue novo às exportações de gado vivo, um setor que já foi responsável por receitas de até US$ 724 milhões, como ocorreu em 2014, mas, atualmente, anda em ritmo lento. As exportações de animais vivos somam apenas 86 mil cabeças nos cinco primeiros meses deste ano. Há dois anos, atingiam 372 mil cabeças no mesmo período.

O ponto alto das exportações ocorreu nos anos de 2013 e 2014, quando as vendas médias somaram 670 mil animais por ano, com receitas anuais de US$ 703 milhões. A queda brusca se deve praticamente à saída de mercado da Venezuela nos dois últimos anos. Neste ano, os venezuelanos importaram apenas 8.000 animais, ante 308 mil em igual período de 2014.

 

Enquanto a Venezuela não resolve seus problemas econômicos, a saída tem de ser mesmo pela busca de tradicionais importadores de gado em pé, como Jordânia, Egito, Líbano e Turquia. O Líbano chegou a importar 130 mil animais vivos do Brasil em 2013, enquanto a Turquia comprou 44 mil em 2012.

 

Mas, se o Brasil tem a vantagem de um real mais fraco atualmente, para atingir esses mercados, o país encontra uma concorrência mais forte dos europeus. Uma das saídas, como espera o Ministério da Agricultura, é atingir os mercados asiáticos da China e do Vietnã.

 

A logística de exportação, no entanto, não é tão favorável como as de indianos e australianos, próximos à região. A ampliação das exportações de gado em pé sempre gera uma controvérsia. Para uns, como argumentam os frigoríficos, o país troca as vendas de produtos de maior valor agregado por apenas matéria-prima.

 

Para outros, no entanto, a saída do gado vivo dá ânimo aos preços do boi internamente em regiões especializadas em exportação. Há espaço para as duas atividades. O país já se tornou grande nas exportações de carne e pode suprir, também, parte do mercado externo com gado vivo.

 

Se não o fizer, outros países vão ocupar esse espaço, o que não significa necessariamente aumento de exportação de carne.


Delegação oficial da China visita o Planalto de olho nas importações de gêneros brasileiros. Fonte: PortalBrasil, 2016.

CHINA SE DESTACA NA COMPRA DE CARNES DO BRASIL

 

A China sempre foi vista como a parceira ideal para os produtores brasileiros de soja. Continua, mas a necessidade de comprar cada vez mais alimentos coloca agora o país em outro setor importante do Brasil: o de carnes.

 

Os chineses podem se tornar, em curto prazo, parceiros importantes na compra de todos os tipos de proteína vendidos pelo Brasil: carnes bovina, de frango e suína. China e Hong Kong já são responsáveis por 36% do volume e das receitas das exportações de carne bovina do Brasil.

 

Nos cinco primeiros meses deste ano, o país colocou 610 mil toneladas no mercado externo, 12% mais do que em igual período do ano passado. Essas vendas geraram receitas de US$ 2,3 bilhões, 1,4% mais, segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).

 

Só Hong Kong e China - líder e segundo da lista das importações no Brasil - adquiriram 224 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano. Com essas compras, deixaram US$ 822 milhões de receitas no país. A União Europeia é a terceira da lista, com compras de 48,5 mil toneladas, no valor de US$ 295 milhões.

 

Mesmo comprando 32% menos, em volume, a União Europeia, que paga mais pela carne brasileira, gastou praticamente o equivalente ao valor gasto pela China. Para a Abiec, as compras da China têm ritmo ascendente. Com menos de um ano de reabertura desse mercado, o país já é o segundo da lista dos importadores.

 

FRANGO

 

A exportação total brasileira de carne de frango acumulou 1,85 milhão de toneladas nos cinco primeiros meses deste ano, 16% mais do que em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que aponta receitas acumuladas no ano de US$ 2,7 bilhões, uma queda de 0,7%.

 

Também nesse setor, a China se mostrou um dos grandes destaques do ano, com volumes de exportação superiores a 50 mil toneladas no mês passado. As vendas de carne suína "in natura" brasileira também crescem na Ásia, o que elevou o volume total exportado pelo Brasil no ano a 248 mil toneladas, 62% mais do que em igual período de 2015.

 

NOTAS

 

Café: Após o salto nos preços na quarta-feira, influenciados pelo temor de problemas climáticos no Brasil, o café teve forte queda nesta quinta-feira (9). O primeiro contrato recuou para US$ 1,34 por libra-peso, 4,1% menos do que no pregão de quarta-feira.

 

Grãos: Já em Chicago, com a proximidade da divulgação de dados de oferta e demanda pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os grãos perderam força e tiveram queda de preços.

 

Autor: Mauro Zafalon é jornalista e escreve sobre commodities e pecuária para o Jornal Folha de S. Paulo.

 

Fonte: BrasilAgro (Texto adaptado pela Equipe do CRPBZ)


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