Viabilidade técnico/econômica da recuperação direta da pastagem
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Publicado em 01/07/2016 às 14:35:50
- atualizado em 01/07/2016 às 14:44:42
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar Se aceita com naturalidade no meio pecuário que a pastagem se degrada e que de tempos em tempos precisa ser renovada (troca da espécie forrageira) ou recuperada (com manutenção da espécie forrageira) indiretamente (com integração com lavoura). Este paradigma é compreensível em um país como o Brasil onde se estima que 80% da área de pastagem se encontram em algum grau de degradação, sendo que mais da metade encontra-se em graus avançados deste processo (EMBRAPA, 2011).
Esta projeção está de acordo com os da dos publicados no mesmo ano pelo DIEESE, a saber; 52,5% da área de pastagem do país eram ocupadas com taxa de lotação abaixo de 0,4 UA/ha, 25,1% entre 0,4 e 0,8 UA/ha, 18,3% entre 0,8 e 1,5UA/ha e apenas4% era ocupada com taxas de lotação acima de 1,5 UA/ha.
As causas do processo de degradação, seus graus ou estádios, as metodologias para o seu inventário, diagnóstico e classificação dos graus ou estádios e os métodos de recuperação ou renovação têm sido muito investigado pela pesquisa, estudado nos cursos universitários de ciências agrárias, validado em campo em fazendas comerciais e divulgado na mídia especializada. Por exemplo, têm sido bem documentadas as vantagens da renovação ou da recuperação indireta envolvendo a integração com lavoura, entretanto, nem sempre estes métodos são os mais adequados para determinadas condições específicas diagnosticadas.
Vários fatores suportam a recomendação de recuperar diretamente a pastagem, tais como: As espécies forrageiras implantadas nas pastagens da propriedade são adapta das às condições climáticas e de solos presentes; O estande de plantas das espécies forrageiras adaptadas está uniforme por todo o piquete; O controle de plantas invasoras e de insetos pragas pode ser realizado com um custo abaixo do custo de uma renovação ou de uma recuperação indireta.
Somente estes três fatores já justificariam técnica, operacional e economicamente a escolha da recuperação direta em detrimento dos outros métodos. Mas se além daqueles fatores as condições climáticas forem instáveis (curta estação chuvosa com veranicos longos durante a estação chuvosa), o relevo do terreno e a drenagem do solo dificultar ou impedir a mecanização, não se teria dúvida em recomendar a recuperação direta.
Além destes fatores é preciso concluir sobre a disposição de o pecuarista investir em lavoura, sua experiência e conhecimento em culturas agrícolas, a infraestrutura da propriedade e da região para desenvolver tal atividade, o capital necessário e sua origem para entrar na agricultura, entre outros. A recuperação direta comparada com a renovação e a recuperação indireta traz como vantagens para o pecuarista: É um processo mais rápido(metade do tempo); O valor do investi mento é menor (metade da renovação direta e 3 a 6 vezes menor que a renovação ou a recuperação indireta); É uma operação de risco muito menor.
Em outra oportunidade serão demonstradas as diferenças de capacidade de suporte, desempenho por animal, idade ao abate, taxa de desfrute, custo de produção e lucro para diferentes níveis tecnológicos de exploração da pastagem comparados com a pastagem extensiva degradada. Mas em que consiste a recuperação direta da pastagem?
Veja a sequência a ser seguida:
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Adilson de Paula Almeida Aguiar - Consultor da CONSUPEC e professor da Faculdade Associadas de Uberaba - FAZU
CENTRO DE REFERÊNCIA DA PECUÁRIA BRASILEIRA - ZEBU