O papel do Reprodutor frente ao sucesso de programas de IATF Voltar

Você está em: Pesquisa » Divulgação de Estudos e Pesquisas Publicado em 06/07/2016 às 08:51:00 - atualizado em 06/07/2016 às 10:36:52
IATF. Foto: Alex Pellegrini (Revista ABCZ, Ed. 92), 2016.

A fertilidade masculina é sempre colocada à prova quando se avalia o sucesso de programas de reprodução, mais ainda quando se utiliza o sêmen criopreservado desses reprodutores em programas de IA (Inseminação Artificial) ou IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).

*Dr. Marcelo Roncoletta / Imprenha Biotecnologia

Fertilidade é um termo bastante amplo e para machos pode ser definida resumidamente como o potencial de produção de gametas masculinos aptos à fertilização de óculos e ao desenvolvimento inicial de embriões. Portanto, ao se submeter um reprodutor à coleta e criopreservação de sêmen, estamos, indiretamente, interferindo e/ou alterando o potencial fértil desse animal, já que imputamos a necessidade dos espermatozoides suportarem o processo de coleta, diluição, resfriamento, congelação e descongelação, mantendo seu potencial fértil.

 

Existem vários fatores, intrínsecos e extrínsecos, que interferem na manutenção da viabilidade espermática frente aos processos de criopreservação de descongelamento de sêmen. Dentre ele, podemos citar a qualidade seminal baseada em diversos parâmetros avaliados no sêmen (ex: motilidade, vigor, % de células morfologicamente normais vs anormais, % de células com integridade de membrana) ou sêmen pós congelação/descongelação (ex: motilidade, vigor, % de células normais vc anormais, % de células com integridade de ,membrana, acrossomal e DNA, % de células viáveis, etc).

 

Como fatores intrínsecos podemos citar, metodologia de resfriamento e congelação/descongelação e a interação espermatozoides vc diluidores de sêmen e interação do sêmen vs oócito (sendo que aqui poderia abrir um capítulo a parte comentando sobre o papel da matriz, sobre o resultado de dos programas de IATF). Todos estes podem e irão refletir no resultado de índices de concepção em programas de IA, ou no que chamamos de fertilidade do reprodutor.

 

Com o crescimento do IATF, tem se verificado ainda que existem touros que demonstram melhores resultados de taxas de concepção quando comparados com outros - animais estes com sêmen diluído e industrializado e com pré-requisitos pós-descongelação em padrões minimamente exigidos, demonstrando que deve haver características intrínsecas ao animal que ainda escapam aos olhos dos controles de qualidade ejaculados.

 

O advento de diluidores de sêmen acompanha o surgimento da técnica de IA, sendo de conhecimento público há décadas (1950). São soluções com características e propriedades que vão muito além do simples fato de aumento de volume do ejaculado, ou diluição. São soluções que devem ter potencial tampão (manutenção de ph), de nutrição das células espermáticas (fonte energética, por exemplo), conter e/ou inibir o crescimento bacteriano, seja de bactérias comensais advindas do meio ambiente e/ou prepúcio, seja de bactérias patogênicas, com riscos de transmissão de doenças infecciosas via sêmen; e conferir crioproteção ao resfriamento e criopreservação (pela presença de carboidratos, gema de ovo, lecitinas, aminas, glicerol, etilenoglicol, dentre outros compostos).

 

A composição dos diluidores é espécie-específica, pois existem particularidades entre espermatozoides, plasma seminal e sêmen das diferentes espécies, porem todos tem o objetivo maior de conferir a manutenção ou até maximização de potencial de fertilidade daquele ejaculado ou daquele reprodutor.

 

Podemos, portanto, dizer que os índices de concepção em programas de IATF podem sofrer interferência da composição do diluidor utilizado, da idoneidade de seu fabricante, do respeito e parâmetros de qualidade de matéria prima, validação de aspectos físico-químicos e microbiológicos do produto final e da interação desse com sêmen durante processo de industrialização e descongelação/uso.

 

Fonte: Revista ABCZ, Edição Nº 92 (maio / junho - 2016).


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