Liderança na Inovação Tecnológica Agropecuária: Europa busca normas de segurança agrícola no Brasil
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Publicado em 13/07/2016 às 09:38:01
- atualizado em 13/07/2016 às 10:30:46

Com a agricultura baseada em ciência, o Brasil passou a priorizar a incorporação de tecnologia, os ganhos de produtividade e a sustentabilidade do modelo agrícola. E o país não só ganha referência em grãos e em proteínas, mas é procurado também pela tecnologia avançada nos equipamentos que utiliza. Entenda de que modo alguns países da Europa e os Estados Unidos estão de olho na experiência. O MAPA é responsável pelo desenvolvimento de ações para facilitar a adoção de tecnologia no campo. Com tecnologia, a agropecuária brasileira avança na adoção de sistemas produtivos sustentáveis, como forma de erradicar a pobreza no meio rural e melhorar a qualidade de vida do produtor de alimentos, fibras e biocombustíveis. Além disso, auxilia o Brasil a ocupar o posto de um dos países modelos na categoria.
A articulação para a inovação tecnológica se dá pelo apoio a Estados e Prefeituras, pela parceria com Instituições de Pesquisa e de Ensino Profissionalizante e pelo diálogo com a cadeia produtiva de máquinas, insumos e assistência técnica. Neste quadro, a permanente participação de representantes setoriais, principalmente do setor produtivo rural, permite uma melhor percepção das demandas tecnológicas da agropecuária, estabelecendo diretriz para o planejamento das ações da Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia Agropecuária - CAPTA, que é responsável por tais processos.
Segundo dados mundialmente reconhecidos, o país é líder no ranking mundial como maior produtor de café e cana-de-açúcar, principal exportador e produtor de açúcar, líder na exportação de laranja, carne de frango e carne bovina, com previsões para se tornar o maior produtor de carne bovina em cinco anos, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). E é possível afirmar que a vocação tecnológica do agronegócio brasileiro é, na maior parte, o grande responsável pelos números que aqui se veem.
As últimas quatro décadas marcaram transformações sem precedentes na agricultura brasileira. Em 40 anos, o Brasil deixou uma condição de importador de alimentos para se tornar um dos maiores produtores e exportadores mundiais do setor agropecuário. Vários fatores contribuíram para este salto; entre eles o aumento nos investimentos em extensão rural e na ampliação dos recursos do crédito aos produtores. Em especial, cabe destacar o grande investimento feito pelo país em conhecimento, fator fundamental para tornar a agricultura nacional forte e competitiva.
Fonte: Mapa, Imaflora, Revista Princípios, IAC (Inatituto Agrônomo).

Certificação Agropecuária (Infográfico). Imaflora, 2015.
Europa busca normas de segurança agrícola no Brasil
O Brasil é bom na agropecuária e, na última década, ganha importância no cenário externo a cada ano. Mas o país não só ganha referência em grãos e em proteínas, mas é procurado também pela tecnologia avançada nos equipamentos que utiliza. Um dos exemplos é o setor de defesa de trabalhadores na aplicação de agroquímicos. França, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos estão interessados nos avanços e na qualidade dos produtos brasileiros. Um país tropical, e com a possibilidade de mais de uma safra por ano nas principais regiões produtoras, o Brasil passou a ser o líder mundial na utilização de agroquímicos.
Estima-se que o país tenha 2 milhões de trabalhadores voltados na aplicação de defensivos agrícolas e que, devido ao mau uso ou despreparo da mão de obra e à inadequação de alguns equipamentos, o país tenha uma perda de R$ 2 bilhões por ano. Os erros nas aplicações podem ser não apenas devido ao excesso mas também pelas chamadas subdoses, que permitem que a planta daninha e o inseto desenvolvam resistência aos produtos.
Esse status que o país adquiriu na área de segurança começou com um simples impasse entre uma empresa na área de citricultura e o Ministério do Trabalho, há duas décadas. O ministério achava inadequado o equipamento de pulverização utilizado pela empresa. O IA (Instituto Agronômico) foi chamado para ser o mediador da questão. Mas se basear em que parâmetros se àquela época não haviam exigências específicas de segurança? O instituto estabeleceu novas bases e estudou a legislação de outros países, segundo Hamilton Ramos, pesquisador e coordenador do IA/Quepia.
Com base nessas normas, avaliou vestimentas de 12 empresas. Todas foram reprovadas. Iniciava-se aí uma cooperação entre o IA, indústrias de vestimentas do setor e Ministério do Trabalho sob o chapéu do então recém-criado programa Quepia (Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura).
O Quepia, ligado ao CEA (Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de Jundiaí), completa dez anos nesta quinta-feira (14). É ligado ao programa de qualidade de proteção individual do IA. Para não ficar isolado nas definições desse setor, o país buscou normas com base na ISO (um programa de normas de segurança internacionais). Além de parceria com ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), indústrias de vestimentas e Ministério do Trabalho.
O estágio atingido pela legislação e produtos brasileiros foi o que chamou a atenção de outros países, como França, que não tem a experiência que têm os brasileiros nesse setor. Em agosto, técnicos do Quepia vão a Espanha, França e Inglaterra para avaliar os dispositivos desses países e dar treinamentos.
Além do conhecimento que o Brasil pode transferir para esses países, abre mercado para exportadores brasileiros desses equipamentos, segundo Ramos. Para ele, quem ganha são os produtores que estão mais protegidos do que há dez anos. Entre os pontos negativos ele destaca a existência de apenas um laboratório para fazer toda a avaliação das normas da ISO (protocolo de qualidade). Além disso, é difícil fazer o resultado do trabalho de chegar à opinião pública, segundo ele.

Com a agricultura baseada em ciência, o Brasil passou a priorizar a incorporação de tecnologia, os ganhos de produtividade e a sustentabilidade do modelo agrícola. Revista Princípios, 2016.
VBP: O Valor Bruto da Produção brasileira de 2016, incluindo 26 produtos, recuou para R$ 514 bilhões neste ano, conforme estimativas feitas neste mês. Esse valor representa queda de 3% em relação a 2015.
Lavouras: O valor das lavouras cai para R$ 335 bilhões, 2% menos, segundo dados do Ministério da Agricultura. Pesou para a queda a estabilidade do VBP da soja, produto no campo brasileiro.
Pecuária: Com quedas em todos os principais itens deste setor, o Valor Bruto da Produção será de R$ 179 bilhões, 5% menos do que no ano passado.
(*Mauro Zafalon é jornalista e escreve sobre commodities e pecuária para a Folha de S. Paulo.)
Fonte: Folha de S. Paulo, 13/07/16 (Adaptação Equipe do CRPBZ).
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*Valor da produção Agropecuária é de R$ 514,4 bilhões em junho
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