Pastagens: Como o boi consegue engordar comendo bastante grama?
Voltar
Você está em:
Vitrine do Zebu » Destaques
Publicado em 28/07/2016 às 14:00:01
- atualizado em 28/07/2016 às 14:28:52

Na verdade, quem transforma o capim em energia são os micro-organismos. Por mais benéficos que sejam os vegetais, alguém que baseasse sua dieta apenas em folhas ficaria sem uma série de nutrientes importantes para a sobrevivência. Então como é que o boi, que pode pesar até 1 000 quilos, se vira só com uma graminha? A grande diferença está nos 3 pré-estômagos que o bicho possui, chamados de retículo, rúmen e omaso. Nesses órgãos acontece a fermentação, que permite a esses animais digerir alimentos fibrosos, como o capim, e obter energia.
Os seres humanos não produzem a enzima celulase, necessária para digerir a celulose desses alimentos. Os bois também não. Mas eles contam com a ajuda de bactérias, protozoários e fungos presentes nos pré-estômagos, com quem vivem numa relação de simbiose. São esses micro-organismos que fabricam a enzima, fermentam a celulose e se multiplicam - e é essa multiplicação que garante o rebanho.
Esses animais também têm a ajuda de bactérias, protozoários e fungos para digerir os alimentos que consomem durante o dia. Nesse processo, o animal consegue extrair toda a energia e os nutrientes que necessita dos vegetais, o que torna mais fácil a atividade de engorda do gado. Comendo apenas capim, as vacas conseguem alcançar uma marca de até 500 quilos.
"O boi tem uma capacidade que os humanos não têm: consegue extrair muita energia e nutrientes dos vegetais. Assim, basta que ele coma capim para chegar a 500 quilos", diz Luiz Gustavo Pereira, especialista em nutrição de ruminantes da Embrapa. Tudo bem: como canta Djavan, você "tem o álibi / de ter nascido ávido / e convivido inválido / mesmo sem ter havido".
Fontes: Ana Paola Monegaglia (Nutricionista diretora da Nutribalance Consultoria Nutricional); Breno Mourão de Sousa (Veterinário e especialista em avaliaçao de alimentos para ruminantes).
Nelore criado em pasto livre nas fazendas de Minas Gerais. Acervo: ABCZ, 2016.
Tipos de Pastagem
As pastagens brasileiras são divididas em três categorias: natural, nativa e artificial. Elas são utilizadas nas propriedades a depender da criação, solo e clima da região e condições da propriedade.
As pastagens naturais são as vegetações originais, nelas encontramos espécies de herbáceas, gramíneas, não gramíneas e arbustos. As pastagens nativas são o tipo de vegetação espontânea que possuem algum tipo de valor forrageiro, esse tipo de vegetação cresce após a destruição da vegetação original.
No entanto, a pastagem artificial é composta de espécies exóticas ou nativas, onde já não existe a vegetação original. Este tipo de pastagem é dividida em permanente que podem durar até trinta anos e em temporárias que podem durar seis meses.
O Brasil tem 180 milhões de hectares de pastagens, dentre estes aproximadamente 110 milhões de hectares são de pastagens artificiais que são cultivadas com muitas variedades de capins como os do gênero Brachiariaspp; gênero Panicummaximum; gênero Andropogon; gênero Cynodon.
A escolha do tipo de forrageira utilizada dependerá do clima, solo, tipo de rebanho e condições do proprietário. Para maior sucesso na escolha é bom consultar um profissional, que irá indicar os tipos de forrageiras que melhor se adaptam em sua propriedade.
Tem também a pastagem ecológica, que é uma estratégica revisitada por autores no sentido de aumentar a sustentabilidade de longo prazo de determinadas áreas diminuindo ao mesmo tempo o impacto ecológico, a exemplo do Sistema Racional de Pastoreio de Voisin.
Há uma certa confusão na literatura brasileira em geral, do termo pastagem com o termo forragem, que descreve um tipo de alimento para animais. A forragem é tipicamente armazenada para o inverno e que provêm de pastagens. Contudo ao contrário da ração, a forragem não sofre grande processamento industrial e é feita de grandes quantidades de plantas gramíneas e leguminosas que são geralmente prensadas em blocos ou enroladas em grandes rolos.
FONTE: Revista Agropecuária (Adaptação Equipe do CRPBZ)
CENTRO DE REFERÊNCIA DA PECUÁRIA BRASILEIRA - ZEBU