Tecnologias garantem fertilidade do solo Voltar

Você está em: Sustentabilidade » Assuntos em debate Publicado em 04/11/2016 às 15:44:30
Foto: J.M Matos, 2016.

Adubo orgânico e gesso agrícola são alternativas para melhorar a qualidade do solo e das pastagens

Com a chegada da época ideal para formação do pasto, o produtor rural pode utilizar uma série de tecnologias para garantir uma pastagem de qualidade. A variedade de capins é grande no mercado e a escolha deve ser feita com base no sistema de produção da fazenda, no clima da região, no tipo de destinação que será dada à forragem (pastejo, silagem, fenação ou vedação escalonada) e na qualidade do solo. Grande parte do solo brasileiro é deficitária em carbono. Essa condição deixa as terras estabilizadas na questão mineral.

Para que o solo se mantenha eficiente, é preciso fazer a reposição de carbono. Essa ação pode ser bem sucedida com a adição de matéria orgânica decomposta (compostada). O produto pode ser obtido em diversos tipos de matérias, tais como galhos e folhas de árvores decompostos, cobertura pós-colheitas, resíduos de origem animal etc.

 

O adubo orgânico de origem animal mais conhecido é o esterco de galinha, que é formado por excrementos sólidos e líquidos das aves. Sua composição é muito variada e pode representar uma ótima base de nutrientes para o solo. A cama de frango se destaca entre os adubos de origem animal pelo seu custo-benefício ser considerado mais interessante.

 

A grande necessidade por matéria orgânica motivou pesquisas sobre o assunto, comprovando a eficiência do adubo orgânico em suprir essa deficiência de carbono. Após um ciclo de aplicação de adubo orgânico, nota-se as seguintes condições estabelecidas:

 

• Redução da adubação química;

• Diminuição da acidez do solo;

• Controle de nematoides;

• Melhoramento de microrganismos;

• Maior retenção de umidade no solo;

• Ameniza a variação da temperatura do solo;

• Aumenta a capacidade de troca catiônica.

 

Conclusão

 

1º - Os nutrientes N-P-K-S contidos no esterco de galinha substituem de forma proporcional e equilibrada os nutrientes contidos nos adubos sulfato de amônio, ureia, MAP e cloreto de potássio, podendo, portanto, reduzir a adubação química do cafeeiro.

 

2º - O uso contínuo do esterco de galinha Biofértil eleva a fertilidade, mantém o pH menos ácido e aumenta a produtividade em função da matéria orgânica que disponibiliza os nutrientes de forma lenta e constante.

 

Recomendação

 

Usar 5t/ha de esterco de galinha Biofértil e reduzir a adubação química, no mínimo, em: 500 kg/ha de Sulfato de Amônio ou 220 kg/ha de ureia; 1.000 kg/ha de Super Fosfato Simples ou 220 kg/ha de MAP; 80 kg de Cloreto de Potássio; aplicar em faixa de 70-80 cm da saia dos cafeeiros logo após a colheita e início das águas. Devido às características acumulativas do adubo orgânico no solo, as aplicações seguintes exigirão cada vez menos quantidades do produto para manter um banco de nutrientes no solo, que estará 100% disponível ao desenvolvimento da planta. Além de representar um importante insumo para a agricultura de forma geral, o adubo orgânico contribui fortemente para o desenvolvimento sustentável dos sistemas produtivos, consolidando a integração lavoura, pecuária e floresta.

 

Gesso agrícola

 

A aplicação do gesso agrícola como condicionador de solo, melhora tanto as condições químicas, como também as condições físicas. Além de representar um importante insumo na recuperação de pastagens degradadas e no manejo correto do solo, o gesso agrícola contribui significativamente para a manutenção do processo produtivo, pelo aumento da produtividade e qualidade das pastagens, devido à melhoria nas condições químicas do solo, favorecendo assim, o desenvolvimento do sistema radicular e a absorção de nutrientes, ou agregando valor à sua atividade e aumentando sua competitividade. Como condicionador do ambiente radicular, o gesso agrícola reduz a saturação de alumínio e aumenta a quantidade de cálcio no solo, melhorando o ambiente e propiciando o desenvolvimento das raízes em camadas mais profundas. Isto faz com que as raízes tenham acesso ao maior volume de água e nutrientes, além da maior eficiência na absorção, permitindo ganhos significativos na produtividade das pastagens.


Fonte: Revista ABCZ Ed. 94.

Pesquisas recentes têm demonstrado reduções significativas na resistência da camada compactada do perfil do solo até a profundidade de 40 cm. A redução da resistência à penetração é um processo lento e resulta de interações que envolvem não somente processos físico-químicos no perfil do solo, mas também processos biológicos intermediados por microrganismos e pelas próprias plantas.

 

Outro efeito positivo do gesso agrícola é na redução do encrostamento superficial do solo, que tem relação direta com o impacto das gotas de chuva, o tráfego de máquinas e o pisoteio de animais. Desta forma, o gesso agrícola promove a floculação das partículas do solo, impedindo o selamento e, consequentemente, favorece a penetração da água, diminuindo o escorrimento superficial e a erosão. Os resultados são observados já no primeiro ano de aplicação do gesso agrícola.

 

De acordo com a Embrapa Cerrados, para a determinação da necessidade e aplicação do gesso agrícola como condicionador de solo, deve-se fazer uma boa amostragem do solo nas profundidades de 20 a 40 cm e de 40 a 60 cm, a fim de se constatar os níveis de fertilidade e/ ou limitações na camada à que se deseja trabalhar. Se a saturação de alumínio for maior que 20% e/ou o teor de cálcio for menor que 0,5 cmolc/dm3, há grande probabilidade de resposta ao gesso agrícola, devendo-se aplicá-lo ao solo.

 

Constatada a necessidade de uso do gesso agrícola, a quantidade a ser aplicada será de acordo com o teor de argila e/ ou da classificação textural do solo.

 

Veja na tabela abaixo a recomendação do gesso agrícola como condicionador de solo em função da classificação textural do solo para pastagens.

 

A aplicação do gesso agrícola consiste na distribuição uniforme do produto a lanço na superfície do terreno e posterior incorporação ou não, podendo ser efetuada em qualquer época do ano, mesmo após o estabelecimento da cultura, junto ou após a aplicação do calcário.


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Fonte: Revista ABCZ, Ed. 94. Set. Out. 2016


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