O Dr. Geraldo B. Martha (Embrapa) destacou alguns pontos fundamentais que todo pecuarista e profissionais que trabalham com o Agro devem saber. São muitas questões envolvendo a problemática climática no mundo de hoje e o Brasil tem um papel importante a cumprir na produção de alimentos. O clima está mudando e agropecuária precisa mudar também!

Sem os ganhos de produtividade na pecuária nas últimas décadas, uma área adicional de 525 milhões de hectares - 25% superior ao Bioma Amazônia do Brasil - seria necessária para obter a mesma produção de carne bovina registrada em 2006.

Em valores corrigidos, a carne bovina custa hoje 1/3 do que custava na década de 1970.

Na metodologia usual de pegada hídrica, 98% da água demandada pela pecuária brasileira é a chamada "água verde", i.e., aquela água armazenada no solo que será transpirada pela planta e que não é perdida, pois retorna ao sistema via ciclo hidrológico.

Note que a competição pelos recursos hídricos se torna um problema no que diz respeito à "água azul" (por exemplo, irrigação) e na "água cinza" (diluição de poluentes) que, conjuntamente, representam apenas 2% da pegada hídrica da pecuária brasileira.

Verifica-se grande potencial para a expansão da produção de carne bovina no país sem aumento proporcional nas emissões de gases de efeito estufa. Há, na verdade, oportunidade para se aumentar a produção de carne bovina mantendo-se estáveis os níveis atuais de emissão de metano.

Essa condição ocorre pelo aumento no desempenho produtivo e reprodutivo do animal, que determina menor emissão por unidade de produto, quando tecnologias e sistemas de produção mais eficientes na geração de desempenho animal são adotados.

Análises recentes mostraram ser possível reduzir as emissões de metano por unidade de ganho de peso vivo em aproximadamente 40% quando a recria-engorda de bovinos é feita na integração lavoura-pecuária ou em confinamento, ao invés da terminação realizada em pastagens degradadas.

Além disso, muitos relatos nacionais e internacionais têm ignorado a contribuição das pastagens para a mitigação de gases de efeito estufa, ou seja, há indicação de emissões pelo sistema sem considerações quanto ao potencial desses sistemas capturarem o carbono da atmosfera.

Sem esses efeitos líquidos de emissões devidamente quantificados e incorporados às estimativas, apresenta-se à sociedade um quadro substancialmente pior do que o esperado, com base em análises críticas e mais bem fundamentadas.

Mais boas novidades da ciência.

Pesquisadores da Pennsylvania State University descobriram um inbidor da produção de gás metano pelos ruminantes.

O metano tem sido o principal alvo dos ativistas ambientais contra os gases de efeito estufa, já que é considerado um dos principais produtos antropogenicos neste sentido.

O produto, que atende pelo singelo nome de nitrooxypropanol (3NOP) se mostrou capaz de reduzir em até 30% a produção do gás metano no metabolismo bacteriano entérico dos ruminantes.

E o melhor, ao reduzir a produção do metano, cuja fonte vem da energia consumida pelos animais e gasta pelo menos 7% do que os animais ingerem, essa quantia que não se perde da energia contribuiu para o crescimento ou produção dos animais.

O 3NOP atua inibindo a coenzima metal M redutase, que é uma enzima utilizada pelas bactérias no trato gastro-intestinal para produção de gás metano.

O processo é o primeiro até agora que não interfere no equilíbrio fisiológico dos animais e nem na composição dos alimentos.

Fonte: Textos adaptados e editados pela equipe do CRPBZ

Trechos da apresentação do Dr. Geraldo B. Martha (Embrapa), durante o 9 Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas;

site sobre manejo de água: www.cpt.com.br