Mercado de genética prevê recuperação em 2017 Voltar

Você está em: Mercado » Destaques Publicado em 10/02/2017 às 14:35:35 - atualizado em 10/02/2017 às 14:38:25
Foto: Fabiano Marques Dourado Bastos

Fechando o ano de 2016 com crescimento nas vendas de sêmen bovino no país, o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), Sergio Saud, acredita que o número de fêmeas em idade reprodutiva inseminadas no país tem condições de saltar dos atuais 12% para 16% no prazo de cinco anos. Esse incremento de 3% impactará positivamente na pecuária como um todo, representando mais 3 a 4 milhões de fêmeas inseminadas com um touro melhorador que vão gerar, no mínimo, entre 1,5 a 2 milhões de bezerros e bezerras com um valor genético superior.

"Muitas das fêmeas geradas destas inseminações permanecerão no rebanho e serão inseminadas com touros ainda melhores geneticamente que seus pais. Com isso a evolução genética do rebanho trará maior produtividade. Animais melhorados geneticamente ocupam o mesmo espaço e comem o mesmo que animais sem valor genético. Mas, produzem muito mais.", assegura Saud.

 

Para atingir essas metas a entidade luta contra a falta de informação sobre a técnica. O principal objetivo da ASBIA é fomentar o uso da IA no Brasil. "Eu poderia listar diversos motivos que impedem o uso em maior escala, como ocorre em outros países, tais como difi culdade de mão de obra, dificuldade de compra ou alto custo do nitrogênio líquido, problemas de logística, etc., etc., etc. Mas, o mais importante é, sem dúvida, a falta de informação. Precisamos levar informação para os criadores que ainda não conhecem ou ainda tem dúvidas sobre a inseminação artificial e mostrar para eles que, hoje, já existem soluções para praticamente todos os problemas que foram listados e que o uso da IA é a forma mais rápida e barata de promover o melhoramento genético do rebanho e aumentar a produtividade da fazenda. Com a atual situação econômica, as pressões que o pecuarista sofre por questões ambientais e o avanço das áreas de agricultura, o uso da IA pode ser o diferencial entre sair ou permanecer na atividade de forma sustentável e lucrativa.", destaca o presidente da ASBIA, que assumiu o cargo em outubro e ficará à frente da entidade até 2019.

 

O ano de 2016 terminou com leve alta nas vendas de sêmen das raças de corte e queda nas raças leiteiras. Essa retração no segmento de leite tem forte influência do aumento do custo de produção e da queda do preço do leite, em 2016. Somam-se a estes fatores as incertezas no cenário econômico e político do país, que provocaram queda no consumo de lácteos.


Fonte: Asbia (Divulgação)

 

O segmento de corte foi um pouco menos impactado, pois o preço da arroba se manteve estável durante boa parte do ano e os machos e fêmeas com qualidade genética superior e, portanto, uma excelente qualidade de carcaça, chegaram a receber bônus pagos pelos frigoríficos. Isto fez com que o pecuarista continuasse investindo na compra de sêmen para produzir uma carne com mais qualidade e melhor preço."

 

Certamente, 2017 tende a ser muito melhor. A expectativa é que os preços de milho e soja se mantenham estáveis, o que contribuirá para um melhor controle dos custos de produção. Esperamos uma redução na importação de leite que, certamente, ajudará os preços ao produtor, e acreditamos que haverá crescimento no número de cabeças confinadas, em relação a 2016.", diz.

 

Uma novidade para 2017 será a elaboração de um "Índice de Preço Médio de Venda de Sêmen" de todas as raças com material genético comercializado no mercado nacional, que será desenvolvido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)/ ESALQ/USP. As informações relativas ao preço do sêmen serão de uso exclusivo, interno e gerencial dos associados da ASBIA e serão utilizadas por eles para nortear a gestão dos negócios. "Hoje, não há informação do mercado de IA em relação à valoração do sêmen, que permita uma análise estratégica por parte das empresas, associações de raça e produtores de genética em relação ao valor médio das doses de sêmen comercializadas em cada raça.

 

Nosso objetivo futuro é desenvolver um índice que quantifique o valor agregado do sêmen, em função de seu valor genético, Em nenhum país do mundo existe essa informação setorial, que é extremamente estratégica para gestão do negócio da cadeia como um todo. No caso dos criadores, o índice permitirá chegar ao efetivo retorno financeiro do touro selecionado e em coleta de sêmen para comercialização.

 

Já as associações de criadores terão a noção exata do benefício financeiro dos testes de progênie que realizam. As empresas de inseminação poderão verificar com o índice se estão vendendo um produto de valor agregado.", explica Carlos Vivacqua, presidente do Conselho de Administração da ASBIA.

 

O "Índice de Preço Médio de Venda de Sêmen" será elaborado pelo CEPEA com base nas informações enviadas pelas empresas do setor a partir de um software do centro de pesquisa.

 

A expectativa é de que em fevereiro de 2017 os associadosda ASBIA recebam o INDEX já contendo esses dados.

 

Outra mudança será a redução do período de divulgação do INDEX ASBIA, que atualmente é semestral. A proposta inicial é torná-lo trimestral e futuramente mensal.

 

 

 

Larissa Vieira / Foto: Fabiano Marques Dourado Bastos

Fonte: Revista ABCZ Ed. 95


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