A ILPF armazena quantidade de carbono similar à da mata nativa Voltar

Você está em: Sustentabilidade » Assuntos em debate Publicado em 16/05/2017 às 15:47:46 - atualizado em 16/05/2017 às 17:01:54
Expozebu 2017 destacou a importância da ILPF. Fonte: ABCZ

O Farmnews avalia que a ExpoZebu 2017 promete marcar história com uma proposta diferente de tudo o que foi realizado nos últimos anos. Segundo o site de notícias, cheia de mudanças, a feira, que é a maior exposição de zebuínos do mundo, buscou integrar o tema ILPF para além de discussões técnicas e a promoção das raças. Foi uma grande festa!

Para reforçar o método, a Farmnews destacou uma importante pesquisa da Embrapa que revela ser a capacidade de armazenar carbono da ILPF similar à mata nativa. Leia-a, a seguir, na íntegra.

Em apenas 4 anos agrícolas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) foi capaz de acumular quantidades de carbono no solo similares ao estoque de áreas de mata nativa em equilíbrio. O dado é resultado de uma pesquisa desenvolvida na Embrapa Agrossilvipastoril (MT) que monitorou 3 diferentes sistemas de ILPF: uma área com sistema agropastoril (ILP) e duas com sistema agrossilvipastoril (ILPF), uma delas com renques de árvores espaçados em 50 metros e outra em 15 metros.

 

Os resultados mostraram que após 2 anos de lavoura de feijão-caupi e milho e 2 anos de pastagem com braquiária Piatã, os 2 sistemas produtivos apresentaram estoques de carbono (matéria orgânica), semelhantes ao valor na mata nativa da Área de Preservação próxima ao experimento.

 

A mata foi utilizada como comparativo por se aproximar do ambiente natural da região. Nela, o estoque de carbono encontrado é de 75 toneladas por hectare (t/ha). O maior acúmulo ocorreu na ILPF com espaçamento de 50 metros, com 70,4 t/ha. Em seguida ficou a ILP, com 69,7 t/ha. Embora a área de ILPF com espaçamento de 15 metros não tenha alcançado estoque similar ao da mata, já possui valores bem próximos, com 65,5 t/ha.

 

"A literatura mostra que, de forma geral, o tempo necessário para que haja mudanças usando sistemas mais conservacionistas é de 8 a 10 anos e demora em torno de 20 anos para recuperar esse solo. Aqui demoramos apenas 4 anos para alcançar valores similares ao do ambiente natural", destaca o pesquisador da Embrapa Eduardo Matos. Ele ressalta ainda que a área avaliada foi desmatada em 1984 e revela um histórico de cerca de 30 anos com agricultura em cultivo tradicional e semeadura direta antes da implantação dos sistemas integrados.

 

De acordo com Matos, a presença da braquiária no sistema produtivo ajuda a explicar a rapidez do processo de recuperação do estoque de carbono no solo."A partir do momento em que o produtor faz a rotação de culturas, ele tem uma lavoura sendo adubada e na sequência, uma pastagem. Essa pastagem tem potencial de recuperar boa parte dos nutrientes adicionados ao solo e que a lavoura não conseguiu utilizar", destaca o pesquisador.

 

A interação dos componentes e o fato de a árvore possuir raízes ainda mais profundas que as braquiárias complementam o aporte de matéria orgânica. Porém, a presença de árvores em espaçamento mais estreito, reduzindo a entrada de luz, provoca o menor acúmulo de matéria orgânica. "A sombra é interessante? Sim. Mas deve haver um equilíbrio entre o excesso de sombra e a ausência dela", destaca Matos.

 

Veja a pesquisa completa em:

 

EMBRAPA: ILPF armazena quantidade de carbono similar à da mata nativa, por Ivan Formigoni

 

Fonte: Farmnews e Embrapa (abril/2017)


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