Concurso Leiteiro de fazenda, textos técnicos
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Publicado em 28/08/2017 às 14:03:36
O diferencial do 2° concurso leiteiro de fazenda foi de propiciar condições igualitárias de manejo e ordenha, com o ordenhador contratado pela ABCZ e, além disso, as matrizes participantes apresentaram a duração de lactação padronizada de 30 a 90 dias, período este que compreende o pico de lactação. A alimentação das matrizes participantes constituiu-se principalmente por pastagem com complementação de silagem de milho, devido a época seca, aliada a suplementação mineral e ração balanceada para produção de leite (Lactage Torneio 22% PB-Guabi).Veja os resultados!
A alimentação das matrizes participantes constituiu-se principalmente por pastagem com complementação de silagem de milho, devido a época seca, aliada a suplementação mineral e ração balanceada para produção de leite (Lactage Torneio 22% PB-Guabi).
O diferencial do 2° concurso leiteiro de fazenda foi de propiciar condições igualitárias de manejo e ordenha, com o ordenhador contratado pela ABCZ e, além disso, as matrizes participantes apresentaram a duração de lactação padronizada de 30 a 90 dias, período este que compreende o pico de lactação.
A alimentação das matrizes participantes constituiu-se principalmente por pastagem com complementação de silagem de milho, devido a época seca, aliada a suplementação mineral e ração balanceada para produção de leite (Lactage Torneio 22% PB-Guabi). A ração foi fornecida somente no momento da ordenha, na razão de três quilos de leite produzido para um quilo de ração. Para os bezerros forneceu-se feno e ra- ção balanceada na quantidade de 1% do peso vivo (Rumileite LS- Guabi).
O 2° concurso leiteiro de fazenda ocorreu na Fazenda Escola da Fazu localizada em Uberaba-MG. Participaram 10 matrizes com bezerro, sendo sete pertencentes à raça Gir e três à raça Guzerá. A média de peso das matrizes na entrada do concurso foi de 466 kg e ao final de 493 com ganho médio diário de 0,46 kg. A duração de lactação média foi de 48 dias com uma produção média de leite de 15,58 kg/dia. Os animais (vacas e bezerros) desde o recebimento até o retorno tiveram acompanhamento pelo médico veterinário responsável pelo concurso.
Este profissional realizou tratamentos preventivos, avalia- ções clínicas (temperatura, mucosa, etc), além do acompanhamento em casos de enfermidades. Para retirar o efeito da fazenda houve um período de adaptação de 14 dias em que o manejo e alimentação seguiram o que foi estabelecido para o concurso leiteiro efetivo. No primeiro dia e adaptação e último dia do concurso leiteiro efetivo as matrizes foram pesadas e coletadas as amostras individuais de leite para avaliar a contagem de células somáticas (CCS).
O 2° concurso leiteiro de fazenda foi realizado em 5 dias com 10 ordenhas, sendo duas diárias, com intervalos de 12 horas, realizadas às 6:00 e às 18:00 e ordenha mecânica balde ao pé. Em todas as ordenhas foram coletadas amostras para análise de composição do leite realizada pela Clínica do Leite (Laboratório credenciado a Rede Brasileira de Qualidade do Leite).
Para a classificação das matrizes, dentro da categoria de idade e por raça utilizou-se tanto o volume do leite produzido quanto componentes quantiqualitativos, como a gordura e os sólidos não gordurosos, os quais foram ponderados em leite corrigido para sólidos totais (LCST), proposto por Tyrrell & Reid (1965): LCST(kg)= 12,3 (kg de gordura) + 6,56 (kg de sólidos não gordurosos) - 0,0752 (kg de leite) Todas as matrizes tiveram o material biológico coletado para genotipagem de beta-caseína realizada pela empresa patrocinadora Linkgen e os resultados encontram-se na Tabela 1
Foto: ABCZ
TEXTOS TÉCNICOS
ALIMENTAÇÃO VOLUMOSA NA ÉPOCA SECA DO ANO OS ACADÊMICOS QUE ACOMPANHARAM AS ATIVIDADES DO 2° CONCURSO LEITEIRO DE FAZENDA PRODUZIRAM, COM A ORIENTAÇÃO DE SEUS PROFESSORES, ALGUNS TEXTOS QUE SEGUEM:
Erik Kennedy de Carvalho Fonseca Aluno do curso de Bacharelado em Zootecnia - IFTM - campus Uberaba - fonseca.ekc@gmail.com Dawson José Guimarães Faria Professor do IFTM - campus Uberaba - dawson@iftm.edu.br
Figura 1 - Variação sazonal da digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) (a) e dos teores de proteína bruta (PB) (b) da fração verde de cinco gramíneas tropicais sob pastejo, em Campo Grande, MS (EUCLIDES et al., 1996) e da taxa de acúmulo de forragem (TxAc) (c).
No Brasil atualmente têm-se percebido o aumento da utilização de silagem na alimentação de rebanhos leiteiros, no entanto, o alimento basal ainda são as pastagens. No entanto, o valor nutritivo (Figura 1 A e B) e a produção de matéria seca (Figura 1 C) das forrageiras nas pastagens variam ao longo do ano acompanhando a variação das condições climáticas (precipitação, temperatura, fotoperíodo).
Com isto, há períodos de grande produção forrageira (verão ou época das águas) e outros de pequena produção (inverno ou época da seca), e considerando um rebanho estabilizado, ou seja, com número de animais relativamente fixo, muitas vezes há épocas de sobra e falta de forragem, respectivamente, nestes períodos.
inscritas 10 vacas, sendo 7 Gir (6 da categoria vaca adulta e 1 da categoria vaca jovem) e 3 Guzerá (todas da categoria vaca adulta). As vacas pesaram, em média, 466,6 kg de peso vivo, no início do torneio leiteiro. Foram utilizados piquetes de capim-braquiarinha (Brachiaria decumbens), com massa de forragem alta ("pasto macegado"), que apresentavam em mé- dia 5.380 kg/ha de matéria seca.
As vacas também tinham sal mineral, sombra e acesso a água à vontade nos piquetes, sendo fornecidos diariamente 280 kg de silagem de milho para as 10 vacas participantes do concurso leiteiro, quantidade que permitia sobra de silagem no cocho.
Além da alimentação volumosa, foi fornecido um quilo de concentrado para cada três quilos de leite produzido pelas vacas, na hora da ordenha. Esta alimentação permitiu as vacas explorassem o seu potencial genético, produzindo em média 15,58 kg/dia de leite.
Boletim PMGZ Leite
Nos sistemas de produção de leite a pasto usando vacas não confinadas durante a época seca do ano, devemos adotar estratégias de suplementação volumosa do rebanho para não termos a produção de leite também estacional ao longo do ano, acompanhando a produção de forragem das pastagens, o que acarreta vários inconvenientes.
As estratégias mais comuns são: capineira ou cana de açúcar corrigida com ureia ou a silagem de milho ou a silagem de sorgo ou silagens de gramíneas tropicais ou pastejo diferido ("vedação de pastagem"). Dentre as várias estratégias existentes, a silagem merece destaque.
Existem diversas formas de utilização da silagem na época seca do ano, sendo que a silagem pode ser a única fonte de volumoso para o animal ou complementar a quantidade de forragem que a pastagem não está fornecendo para a dieta do animal, em diferentes proporções. No 2º concurso leiteiro de fazenda da ABCZ idealizou-se sistema de produção semelhante à maioria das propriedades brasileiras. Neste concurso foram
BIBLIOGRAFIA EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; ZIMMER, A.H.; OLIVEIRA, M.P. Valores nutritivos de cinco gramíneas sob pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33. , 1996, Fortaleza. Anais... Fortaleza: SBZ, 1996. v.2, p.90-92.
LEITE DE QUALIDADE
Tainá Marques de Morais, Valesca Vilela Andrade, Pedro Ernesto, Sávio Caldeira Bahia Lima Alunos do curso de Bacharelado em Zootecnia - FAZU Juliana Jorge Paschoal Dr(a) Qualidade e Produtividade Animal e Coordenadora do curso de Zootecnia FAZU - juliana.paschoal@fazu.br
O leite é o produto de ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. Basicamente, o leite, para ser caracterizado como de boa qualidade, deve apresentar as seguintes características: composição química adequada, reduzida contagem de células somáticas (CCS), baixa contagem de bactérias (CBT) e ausência de agentes contaminantes (antibióticos, pesticidas, adição de água e sujidades).
As ações para garantir a qualidade do leite serão discutidas a seguir. A CONTAGEM DE CELULAS SOMATICAS (CCS) Uma das causas que exerce influência extremamente prejudicial sobre a composição e as características físico-químicas do leite é a mastite, acompanhada por um aumento na contagem de células somáticas (CCS) no leite.
Células somáticas são células da vaca presentes no leite. Normalmente são células de defesa do organismo que migram do sangue para o interior da glândula com o objetivo de combater agentes agressores. A contagem de células somáticas (CCS) no leite é um exame laboratorial específico, que expressa o número de células somáticas por mL de leite. Quando analisada individualmente, é um método de diagnóstico da mastite subclínica; quando analisada no tanque, pode servir como indicativo do padrão de qualidade do leite cru refrigerado.
Com o objetivo de controlar a CCS das vacas participantes do Torneio Leiteiro de Fazenda vá- rias ações foram adotadas como:
• Teste da caneca de fundo escuro e CMT no momento da chegada dos animais para detecção de casos clínicos e subclínicos para definição da linha de ordenha;
• Manutenção da máxima higiene durante a ordenha, incluindo limpeza e desinfecção das mãos do ordenhador e dos equipamentos de ordenha;
• Teste da caneca de fundo escuro em cada ordenha para detecção dos casos clínicos.
• Imersão dos tetos em solução bactericida antes da ordenha (pre- dipping); • Secagem dos tetos com papel toalha;
• Imersão dos tetos em solução bactericida após a ordenha (pos-dipping);
• Fornecimento de alimento e água aos animais logo após a ordenha para que os mesmos permanecessem em pé ate o fechamento do esfíncter;
MONITORAMENTO DOS BEZERROS
Aline Martelo Pereira Aluna do Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos - Universidade de Uberaba Alunos do NEBOV - Núcleo de Estudos em Bovinocultura Mauricio Scoton Igarasi - Professor do Curso de Medicina Veterinaria e no Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos - Universidade de Uberaba- mauricio.igarasi@uniube.br
O monitoramento do desenvolvimento e sinais clí- nicos são fundamentais para o desenvolvimento de bezerras leiteiras. Com intuito do diagnóstico preventivo os bezerros foram examinados diariamente pelos alunos integrantes NEBOV (Núcleo de Estudos em Bovinocultura), durante todo o período do 2o concurso leiteiro de fazenda da ABCZ.
Foi realizado um exame clínico geral, anamnese, inspeção, presença de ectoparasitas, palpação, percussão, auscultação e olfação com a finalidade da localização de um possível enfermidade e patologia, o estabelecimento de sua natureza, prognóstico e, se possível, sua etiologia.
Práticas de manejo eficientes e cuidados visando a prevenção de enfermidades neste período é de extrema importância vendo que o sistema imune dos bezerros se desenvolve gradualmente, a produção de anticorpos e a capacidade de ativar a resposta imune se desenvolvem simultaneamente, porém a uma deficiência na resposta imune específica que deixa o animal mais susceptível à diversos patógenos.
Os bezerros durante o dia permaneciam em um piquete sombreado com acesso a água, logo após a ordenha da manhã eram levados a este piquete e permaneciam durante o dia, o aleitamento era de forma natural, logo após a ordenha da manhã os bezerros eram colocados juntos as vacas, onde um teto não era ordenhado para deixar para eles. Após o aleitamento os bezerros eram levados ao piquete e durante a noite ficavam alojados em uma baia coletiva com todos os bezerros, em um galpão coberto. O manejo sanitário e higiene adequados do ambiente onde os bezerros se alojam é a melhor forma de prevenção de diarreias em bezerros que é a maior causa de mortalidade. A transmissão dos patógenos geralmente é fecal oral e a melhor forma para reduzir isto é a higiene adequada da instalação e dos cochos onde os bezerros se alimentam.
A pesagem dos animais era realizada semanalmente o controle do ganho de peso que é um índice fundamental para demonstrar a eficiência da criação dos animais neste período, facilitando a observação de problemas de subnutrição, que podem ser indicadores de falhas no manejo podendo causar estresse consequentemente menor consumo alimentar dos animais e também doenças. Nos sistemas de produção de leite, a criação de bezerros desempenha papel fundamental vendo que as fêmeas que tiveram um adequado manejo, nutrição e sanidade, tem um desempenho melhor na produção de leite e saúde.
O sucesso de um tratamento estabelecido parte depende de um diagnóstico correto e precoce da enfermidade, o que se faz essencial um controle da sanidade de cada animal, com as devidas anotações dos seus parâmetros vitais, a saúde e o desenvolvimento dos bezerros dependem das boas práticas de nutrição e manejo, desta forma o crescimento deve ser otimizado e os problemas de saúde minimizados afim de se alcançar melhores desempenhos nos animais, por possuírem um sistema imune imaturo devemos ter um cuidado maior nesta fase do animal, tendo um maior controle sobre o manejo e sanidade do rebanho afim de reduzir doenças respirató- rias, diarreias e infestações por ectoparasitas.
BIBLIOGRAFIA DOS SANTOS, Geraldo Tadeu et al. Importância do manejo e considerações econômicas na criação de bezerras e novilhas. 2002. DAVIS C.L; DRACKLEY J.K. The development, nutrition, and management of young calf: Iowa: State University, 1998. 339 p. REBHUN, W.C. Doenças do gado leiteiro. 1ª ed., São Paulo: Roca, 2000, p.643. TIZARD, I. R. Imunologia veterinária uma introdução. São Paulo: Roca, 2002. 532 p. PARANHOS DA COSTA, M. J. R.; SCHMIDEK, A.; TOLEDO, L. M. Boas práticas de manejo: bezerros ao nascimento. Editora Funep: Jaboticabal, 2006
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