Se o mundo todo parasse de comer carne?
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Publicado em 16/02/2018 às 08:29:33
E se todo mundo fosse vegetariano?
O Fórum Econômico Mundial mostrou uma pesquisa recente sobre a seguinte hipótese: e se todos parassem de consumir carne? Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade é o consumo de carne x aquecimento global. A cadeia da carne está na mira dos ambientalistas e ativistas vegetarianos e veganos, mas o que realmente aconteceria se o mundo parasse de comer carne?
Um cenário hipotético:
E se todo mundo fosse vegetariano?
- A carne proporciona 17 % da ingestão calórica global porém tem um custo desproporcional para o meio ambiente.
(Fonte: The economist)
- Produzir um quilo de carne de vaca emite 1000 kilos de gases de efeito estufa.
O uso da água também é um problema
- Necessitam-se 214 litros de água para produzir um quilo de tomate porém é necessário 15515 litros para produzir um quilo de carne em regime de confinamento;
(Fonte: Natural Acedemy os Sciences)
Um estudo calculou os benefícios se todos parassem de comer carne:
- Para 2050 o beneficio para o meio ambiente estaria valorizado entre 500 milhões e 1,6 bilhões de dólares.
(Fonte: Oxforf Martin School)
Os benefícios para a saúde representaria entre 1 bilhão e 1.3 bilhões de dólares.
(Fonte: University od Oxford)
Mas também haveriam efeitos negativos:
- Dezenas de milhões de empregos na indústria da cadeia da carne desapareceriam
- Os pastores nômades teriam que renunciar ao seu meio de vida
- As pessoas mais pobres seriam as mais afetadas pela falta de ingestão de nutrientes existentes na carne.
(Fonte: BBC)
Já no Brasil, um dos maiores produtor de carne do planeta, pouparíamos 43 milhões de bois e por volta de 40 milhões de porcos e mais uns 4,5 bilhões de frangos por ano. Estes são as principais fontes de consumo de proteína animal para os humanos.
Na prática esses animais foram criados para entrar em linhas produtivas para consumo assim como os ovos e o leite. A grosso modo é como se essa produção se transformasse em "desemprego funcional", ou seja esses animais não teriam mais uma função social. Com esta quantidade de animais soltos acabariam por competir por alimentos com outras espécies.
Por outro lado, teríamos como resultado o colapso da cadeia produtiva como um todo, à nível planetário,isto inclui não apenas o açougue da esquina mas milhões e milhões de pessoas desempregadas.
De todo o desmatamento causado no mundo, 14% acontece na Amazônia para abrir espaço para a criação de animais. Derrubaríamos menos årvores, o que, de quebra, contribuiria para reduzir o peso de nossas emissões de gases.
Não comeríamos feijoada, peru de Natal, bacalhau (carne branca também estaria fora). Isso não significa necessariamente mais saúde. Perderíamos vitaminas, proteínas e minerais. Teríamos de nos adaptar a uma nova dieta. Essa não seria a única mudança na rotina: seu guarda-roupas também passaria por uma revolução.
Tema amplo e extremamente polêmico na atualidade e que está levando a uma alta polarização entre vegetarianos e carnívoros, se faz urgente o levantamento de pesquisas e diretrizes claras que possam incentivar cada vez mais o Bem Estar dos Animais quanto apresentar respostas claras ao consumidor o que realmente leva ao aquecimento global.
Para Allan Savory "Desertificação é uma palavra requintada para terra que está se tornando deserto" este ecólogo, fazendeiro, soldado, exilado, ecologista, consultor internacional e presidente e co-fundador do The Savory Institute defende uma abordagem de pensamento sistêmico para gerenciar recursos.
Uma vez um oponente firme do gado, Savory viria a defender o uso do gado devidamente controlado,anos depois, a ideia é que os animias movendo-se para imitar a natureza é um meio para curar o ambiente e afirma: "somente o gado pode reverter a desertificação."
Ele aborda que é adesertificação que está contribuindo não só para a mudança climática, mas também para grande parte da pobreza, emigração, violência, etc. Nas regiões seriamente afetadas do mundo :" Somente o gado pode nos salvar ", diz Savory.
Ele acredita que as pastagens têm o potencial de sequestrar dióxido de carbono atmosférico suficiente para reverter as mudanças climáticas. Elogiado como o gênio, o profeta e o visionary, suas idéias controversas provocaram a oposição feroz dos academicos, dos ecologistas, e dos vegans.
No entanto, sua abordagem radical está ganhando terreno, com novos convertidos e investidores. As pastagem sob gestão holística está superando os 40 milhões de hectares em todo o mundo.
Assustadoramente, a desertificação está acontecendo em cerca de dois terços dos prados do mundo, acelerando a mudança climática e causando o declínio das tradicionais sociedades pastoris para o caos social.
Savory devotou sua vida a combater a desertificação. Ele acredita - e seu trabalho confirma - que um fator surpreendente pode proteger os prados e até recuperar terras degradadas que já foram desertos.
Fontes:
Allan Savory Institute
BBC Londres
The Economist
Natural Academy of Sciences
The Guardian
Oxford MArtin School
University of Oxford
World Economist Forum
Revista Superinteressante
Veja abaixo um dos vídeo mais contestadores sobre a produção de carne a pasto da atualidade:
CENTRO DE REFERÊNCIA DA PECUÁRIA BRASILEIRA - ZEBU