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Você está em: Zebuinocultura » Destaques Publicado em 08/07/2019 às 09:05:53
Museu do Zebu

Primeiro registro da raça completa meio século, com história de sucesso e desenvolvimento.
Mário Sérgio Santos

HISTÓRICO

50 anos do Nelore Mocho

Primeiro registro da raça completa meio século, com história de sucesso e desenvolvimento.

Mário Sérgio Santos

O que aparentemente poderia ser um acidente genético, a oportunidade do desenvolvimento de uma nova raça. A história do Nelore Mocho não reúne grandes experimentos ou exaustivas e calculadas tentativas de cruzamentos. Pelo menos não oficializados. Está mais para aqueles eventos que os antigos gostam de descrever como um fenômeno de 'sorte' ou 'sinal de Deus', para todas as situações fortuitas do cotidiano. Mas, independentemente de como a raça surgiu, um ponto importante, e que ganha destaque nessa linha do tempo, é a do reconhecimento oficial do Nelore Mocho como raça zebuína, e o primeiro registro dela na ABCZ. Já são 50 anos desde que o primeiro animal da raça recebeu a marca do caranguejo.

Nos livros, o nome registrado é de Caburey I, da Fazenda Santa Marina, em Santo Antônio de Aracanguá (SP). Um touro importante na história do surgimento da raça e do desenvolvimento dela. "O escritor Alberto Alves Santiago descreve bem o seu início no seu livro sobre a raça Nelore. Vem de uma vaca VR chamada Capanga, que era a mãe do Caburey", explica Ovídio Carlos de Brito, um dos principais nomes na seleção do Nelore Mocho.

O pecuarista ressalta que naquela época, e até os dias de hoje, a família investe na raça considerando a valorização comercial desses animais. "O Nelore Mocho foi uma opção comercial. Os criadores preferem animais sem chifres. Como o caráter é dominante, fica fácil levar as características do gado com chifres para o mocho", complementa.

Por falar em herança genética, Ovídio Carlos ressalta que atualmente o rebanho da raça no Grupo OB conta com aproximadamente 1.500 fêmeas. "Hoje em dia estamos trabalhando intensamente com transferência de embriões sexados. Mas considerando da década de 60 para cá, antes, inclusive, do primeiro registro, nossa estimativa é de estarmos falando de 20 gerações. Sempre com uma absorção muito forte da genética do Nelore. O esforço sempre foi levar as melhores linhagens do Nelore para o mocho. Desta forma, não ter chifres é apenas uma característica facilitadora do manejo", destaca.

E, claro, que a transformação da pecuária com a chegada do Nelore Mocho não aconteceu apenas na propriedade do interior de São Paulo. Do registro do Caburey I até o ano passado, mais de 825 mil animais da raça receberam o Registro Genealógico Definitivo (RGD) da ABCZ. A quantidade equivale a mais de 12% do total de registros efetivados pela entidade.

"Grande parte da procura pela raça realmente se dá pela maior facilidade no manejo que muitos criadores acreditam estar relacionada a essa ausência de chifres, além da possibilidade de se colocar mais animais por área em modelos de confinamento. Até porque, além da existência ou não dos chifres, o que se conhece até agora é que não existem outras diferenças reconhecidas entre as duas variedades", ressalta Luiz Antonio Josahkian, Superintendente Técnico da ABCZ.

Ele destaca o pioneirismo da raça no que se refere ao registro de zebuínos sem chifres. "Apesar de já termos a incidência e criação de outras raças zebuínas com essa variedade, o Nelore Mocho foi o primeiro no registro de animais com essa característica. A partir disso, e pouco tempo depois, vieram outras raças como o Tapabuã e o Gir", relembra.


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