PNAT A vanguarda do melhoramento genético
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Publicado em 19/09/2019 às 08:56:34

O Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) comprova a qualidade dos touros jovens na fazendaThaís Ferreira
PNAT
A vanguarda do melhoramento genético
O Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) comprova a qualidade dos touros jovens na fazenda
Thaís Ferreira
O Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) foi criado com o objetivo de selecionar touros jovens das raças zebuínas de corte, buscar variabilidade genética em todos os criatórios participantes do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos) e distribuir o sêmen destes touros para o maior número de rebanhos para possibilitar avaliações genéticas e encurtar o intervalo entre gerações. O programa existe desde 2010. Nas primeiras nove edições do PNAT já foram distribuídas mais de 86 mil doses de sêmen.
Com um número tão expressivo, não é difícil reunir depoimentos satisfatórios. Um exemplo é o da Fazenda Ilha Grande, localizada no município de Douradoquara (MG), que tem como titular o selecionador Mauro Camin. A propriedade trabalha com o melhoramento genético da raça Nelore há 15 anos e desde 2012 participa do PMGZ, adotando as provas zootécnicas CDP (Controle de Desenvolvimento Ponderal) e PGP (Prova de Ganho de Peso) como importantes ferramentas no processo de seleção. A propriedade atua como rebanho colaborador do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) desde 2015. "O PNAT é muito importante, pois nos possibilita a identificação e avaliação de novos indivíduos (touros melhoradores) criados em condições e regiões diversas, ou seja, adaptados e com bom desempenho produtivo em diferentes ambientes", afirma Mauro Camin.
O criador destaca ainda outras vantagens do programa e ressalta a evolução do plantel. "Avalio de duas maneiras, ambas muito importantes: atuando como rebanho colaborador, recebendo doses de sêmen de touros PNAT, que nos permite acesso ao material genético de animais de diferentes criatórios, e nos possibilita identificar/avaliar quais as linhagens trazem melhor resultado nos acasalamentos com animais do meu rebanho. Como resultado, temos o aumento da produtividade. E, atuando como fornecedor de touros jovens para o programa, nos permite a divulgação dos animais do meu rebanho e possibilita uma avaliação do estágio no qual se encontra o nosso trabalho de seleção. Desta forma, podemos planejar/implementar as ações para melhoramento dos nossos resultados", garante Mauro.
Mauro participou com dois filhos do touro PNAT 2015, Fantoche da Terra Boa, na '3ª PGP a Pasto Amigos do Nelore', em Patos de Minas (MG), e se classificou em 2º lugar com o touro Fidalgo do Camin e em 6º lugar com o reprodutor Visor do Camin, ambos como ELITE na PGP. Em 2019 está participando pela primeira com um garrote da 10ª edição do PNAT.
Quando o assunto é genética, quem também entende de produtividade é Carlos Gilberto Caleiro Guimarães, o conhecido Cajuba, selecionador da Fazenda Santa Mônica, localizada em Tupaciguara (MG). O criatório participa ativamente da evolução oferecida pelas ferramentas de melhoramento genético do PMGZ desde junho de 2009. "A contribuição do PMGZ é uma coisa fantástica! É uma diferença absurda do que era no passado. O trabalho que é feito é excepcional e o elogio sempre para todos os cantos. Nós produtores que estamos absorvendo informações que vem do PMGZ e do PNAT, temos uma dívida com a ciência, porque se não fossem estas informações, nós estaríamos muito atrasados em genética", avalia Cajuba.
Em 2014, o criatório passou a participar como rebanho colaborador do PNAT e, nesta edição do programa, conta com um touro no teste de desempenho e eficiência alimentar. "Acho extremamente importante a participação no PNAT, principalmente desde 2017, quando começou o trabalho com eficiência alimentar conjugada com o ganho ponderal do animal. Essa situação mudou completamente o sentido do trabalho do PNAT porque na modernidade estamos buscando precocidade e eficiência alimentar como princípio para diminuir o tempo do animal na fazenda e alcançar melhor ganho de peso. Com isso, o PNAT oferece para o mercado touros com muito mais informações e a qualidade que é necessária", define Cajuba.
O rebanho da raça Tabapuã do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO/UFLA) também participa do PMGZ desde 2014, ano em que também passou a integrar a lista de rebanhos colaboradores do PNAT. "Recebemos doses de touros jovens da raça Tabapuã anualmente. As progênies oriundas de acasalamentos utilizando material genético do PNAT representam hoje 41%, o que vem contribuindo para o melhoramento genético do nosso rebanho", explica a professora do DZO, Sarah Laguna Conceição Meirelles, coordenadora do Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia (GMAB) e responsável pela inserção do rebanho no PMGZ.
Sarah Meirelles também destaca a qualidade genética do plantel. "A utilização de touros jovens contribui para um progresso genético maior, por reduzir o intervalo de gerações e poder ter a oportunidade de utilizarmos genética de alta qualidade. Em maio deste ano, recebemos o Certificado de Superioridade Genética (CSG) para duas fêmeas (UFLT 69 e UFLT 85), resultado de acasalamentos bem dirigidos e frutos da utilização de doses de sêmen do touro RNF 2523 TOTEM FIV RF 4 IRMÃS, proveniente deste programa tão importante para o melhoramento genético das raças zebuínas", ressalta Sarah.
Outro ponto salientado é a importância do programa para o trabalho desenvolvido na universidade. A parceria entre ABCZ e UFLA possibilita aos universitários colocarem na prática os conhecimentos adquiridos na sala de aula. "Essa parceria contribui para o avanço genético do nosso rebanho e principalmente para nossos alunos poderem ter contato com animais registrados e participantes de programa de melhoramento genético, formando profissionais com capacidade para entrar no mercado de trabalho com um conhecimento diferenciado", afirma Sarah.
O gerente de Melhoramento Genético da ABCZ, Lauro Fraga Almeida, comemora os resultados. "O PNAT é democrático e permite que criadores de todo o país, participantes do PMGZ com avaliação genética, tenham animais classificados para participarem do TDEA, que seleciona aqueles ganhadores de peso, com boa conversão alimentar, musculatura e acabamento de gordura que atendem aos mercados mais exigentes do mundo. Estamos identificando touros zebuínos eficientes, produtivos e lucrativos e disponibilizando gratuitamente doses de sêmen destes touros para criadores do PMGZ em 22 unidades da Federação. Nossa meta nesta 10ª Edição do PNAT é identificar indivíduos diferenciados nas raças Brahman, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã e ultrapassar as 100 mil doses distribuídas pelo Programa", destaca.
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