ABCSindi quer incorporar a genômica à seleção da raça Voltar

Você está em: Zebuinocultura » Destaques Publicado em 13/01/2020 às 10:56:20
ABCZ

Para que a tecnologia seja utilizada, os criadores precisam realizar a genotipagem de touros e matrizes de seus rebanhos, garantindo assim o volume de dados suficiente para dar início à avaliação genômica pela ABCZ
Larissa Vieira

A genômica é mais uma ferramenta na seleção bovina que vem sendo incorporada aos programas de melhoramento genético, com o objetivo de acelerar os ganhos genéticos das raças zebuínas. Dentro do Projeto Genoma da ABCZ, a raça Sindi poderá ser beneficiada com essa tecnologia, mas, para isso, será preciso ampliar o número de animais genotipados dentro do PMGZ.

De acordo com o superintendente Técnico da ABCZ Luiz Antonio Josahkian, será preciso ter cerca de 1500 touros e fêmeas Sindi genotipados para viabilizar a avaliação genética e genômica da raça. Desse total, será necessário pelo menos 29 reprodutores e matrizes com avaliação genética de maior acurácia para compor o chip HD (alta densidade), que servirá de âncora para a genômica da raça e cujo custo é mais elevado. Os demais exemplares genotipados devem ser machos e fêmeas jovens de importante contribuição para a raça e oriundos de vários rebanhos, cujos dados farão parte do chip em LD.

O presidente da ABCSindi, Ronaldo Bichuette, acredita ser possível atingir esses números desde que os criadores da raça se disponham a fazer a genotipagem de seus rebanhos. "É de suma importância a participação de todos os associados, pois a genômica é uma tecnologia já adotada por outras raças, tanto de corte quanto de leite, com excelentes resultados. Não podemos ficar de fora dessa nova realidade da pecuária, senão corremos o risco de perder mercado para a raça Sindi no futuro", diz o presidente.

A tecnologia possibilita diversos usos. "São várias as possibilidades, mas existem duas principais. Uma delas é o ganho em acurácia, com a maximização do melhoramento genético ao longo do tempo. A genômica permite que um touro, que só tem um ou dois filhos, seja avaliado com a mesma precisão que touros que têm 10 filhos. A implicação principal disso é a maior confiança de quem vai usar aquela genética, e maior chance de acerto", explica Henrique Ventura, Superintendente Técnico Adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ. Outra vantagem está relacionada ao controle de endogamia.

A genômica, apesar de revolucionária, é uma ferramenta que visa complementar a avaliação genética. Portanto, há necessidade de continuar coletando informações referentes ao fenótipo e à genealogia dos animais. "No mundo, mesmo as raças que já têm avançados programas genômicos, mantiveram seus serviços de registro genealógico e a coleta de dados nas provas de desempenho e nas fazendas. A genômica sozinha não faz mágica, pois precisamos das informações fenotípicas e de pedigree para gerar as DEPs Genômicas", explica o coordenador da Embrapa/Geneplus, Gilberto Menezes.

A ABCZ está em negociação com os laboratórios nacionais aptos a fazerem genotipagem para formalizar convênios e parcerias no sentido de oferecer facilidades e vantagens aos associados da entidade.


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