Indubrasil, adaptação em confinamentos, alto ganho de peso diário e rendimento de carcaça. Voltar

Você está em: Zebuinocultura » Destaques Publicado em 10/06/2020 às 09:33:34 - atualizado em 10/06/2020 às 09:34:30
ABCZ

No início do século XX, experiências com cruzamentos de raças diferentes de zebuínos realizadas por criadores mineiros começavam a fixar determinadas características nos filhos desses animais, tipificando novos formatos para orelhas, barbelas e cupins, gerando exemplares mais precoces e pesados na idade adulta, o que de certa maneira se devia a heterose e àqueles propósitos de seleção racial zootécnica pretendidos na época.

Um dos principais responsáveis pela formação da raça Indubrasil foi o Coronel José Caetano Borges em Uberaba. Ele almejava que o nome deste novo Zebu fosse definido como Induberaba.

Por esse motivo, em 1936, a classe ruralista em torno da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro - SRTM experimentou a primeira cisão. O problema era se a nomenclatura da nova raça zebuína seria: (Induberaba ou Indubrasil). Além do Coronel José Caetano Borges de Uberaba, o novo gado estava sendo criado em outros municípios do Triângulo Mineiro, Sul de Minas e interior paulista, que também reivindicavam um nome para a raça. O que pode ser verificado alguns anos antes, pois as divergências quanto a essa questão foram registradas em ata da reunião da Sociedade Herd Book Zebu realizada no dia 04 de agosto de 1929.

Buscando evitar o regionalismo, o associado Thiers Botelho de Araxá encaminha uma petição requerendo ao Ministério da Agricultura o registro da nova raça como Indubrasil.

Contrariando este fato, em julho de 1936, o presidente Getúlio Vargas assinou o ato denominando Induberaba o gado de origem desta região, devido ao permanente lobby do Coronel José Caetano Borges para a escolha do nome da raça.

Contudo, em sessão de 23 de agosto de 1936, uma bancada representada pelos municípios de Araxá, Franca, Conquista, Barretos e Varginha, pede a manutenção do nome Indubrasil. Como a posição da SRTM não foi consensual, tal revindicação acabou sendo acatada, esse fato levou o Coronel José Caetano Borges a se afastar do quadro de associados da entidade. Fonte: (Museu Virtual do Zebu - Sala "Os Presidentes da SRTM").

m 1940, o rebanho brasileiro de zebuínos era constituído na sua maioria pelas raças Indubrasil e Gir, aspecto que contribuiu quando da ocasião de exportações brasileiras para América do Norte, para a formação de outra nova raça da espécie Zebu nos EUA, raça que passou a ser chamada de Brahman.

 

O gado Indubrasil geralmente tem a cabeça de tamanho médio, relativamente comprida, com perfil subconvexo, fronte lisa e ligeiramente saliente, podendo apresentar nimbure pouco acentuado. Os chifres devem ter diâmetro e tamanho médio, saindo para fora, para trás, para cima, dirigindo-se em seguida para dentro, com as pontas rombudas e convergentes. Os olhos são escuros, elípticos, de olhar sonolento, protegidos por rugas da pele. As orelhas são bem características sendo longas a médias, com face interna do pavilhão tendendo para frente e com as extremidades curvando-se para dentro. O focinho é preto e largo, com narinas dilatadas e bem afastadas. A pelagem deve ser branca uniforme ou cinza e vermelha uniforme podendo as extremidades ser escuras.

 

 

 

A habilidade materna, docilidade e conversão alimentar estão entre os destaques da raça. O Indubrasil possui boa adaptação em confinamentos, com ótimo ganho de peso diário e bom rendimento de carcaça.

 

No Brasil, excelentes plantéis estão sendo melhorados, buscando morfologia funcional e direcionados para ganhos de produtividade - os acasalamentos dos melhores selecionadores já são baseados nas avaliações genéticas do moderno melhoramento animal.

O Indubrasil tem tudo para crescer muito nos próximos anos levando sua genética para incrementar os resultados nos cruzamentos industriais.

A raça Indubrasil vem sendo utilizada também em cruzamentos como, o Indolando por exemplo, que é fruto do cruzamento com o holandês, o que tem trazido bons resultados na produção leiteira.

 

Já é a segunda raça zebuína mais criada no México. Na Costa Rica existem criadores que individualmente possuem cerca 500 matrizes.

 

No Brasil, a raça é forte em Minas Gerais, Sergipe, no Ceará, na Bahia, na Paraíba, no Maranhão e em São Paulo e com tendência a se expandir.

Fonte: ABCZ


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