Causo e Conto - UM GOLPE DE VISTA - Por Eliana Kefalás Oliveira, Simone Afonso e Aryanna Sangiovani Ferreira Voltar

                -                                                                             UM GOLPE DE VISTA

                                                                                               Por Eliana Kefalás Oliveira, Simone Afonso e Aryanna Sangiovani Ferreira**


       Desta vez foi em Londrina, em uma exposição em que fora convidado para ser juiz. Nessa passagem, o que marcou não foi nada que aconteceu no decorrer do julgamento de animais.
       Foi num pequeno intervalo, quando Pylades pediu licença para matar sua sede. E o caso se deu por causa de sua vestimenta, do seu jeito próprio de se trajar.
       Muitos dizem que ele não ligava para si próprio, que tinha uma simplicidade meio exagerada na maneira de se vestir. Não se preocupava se suas roupas estavam agradando aos outros, mesmo quando entrava em pista para julgar. Alguns amigos comentam que os peões se mostravam mais bem trajados do que ele que, com sua autoridade de juiz, era o centro das atenções em momentos de veredicto.
       Não se incomodava de se sujar nas baias em que os animais se encontravam, gostava de por a mão na massa, de pegar "o touro na unha". O seu jeito despreocupado de se vestir parecia, na verdade, marcar um ponto de vista sobre o ato de julgar: o que importa não é tanto o status de juiz, sua aparência investida de autoridade, mas o corpo a corpo com os animais.
       Não se pode negar que o que se sucedeu foi um ato de violência, resultante de uma certa emotividade impulsiva. Naquele momento em que fora pedir seu refrigerante no bar, o garçom negou-lhe o pedido, possivelmente pensando que se tratava de um pedinte. O troco foi imediato, Pylades deu-lhe um soco.
       Depois pediu desculpa, mas, ainda meio contrariado, reclamou: "Só porque eu estou trajado assim, o cara pensa que eu sou um mendigo, um malfeitor?". É mesmo de se pensar quanta gente que se veste de forma simples é ignorada de forma injusta neste nosso mundo.


                                                                                                                            **do livro Pylades Tibery - Cenas biográficas
            

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