Causo e Conto - MACACOS E ORELHAS - Por Eliana Kefalás Oliveira, Simone Afonso e Aryanna Sangiovani Ferreira Voltar

                -                                                                          MACACOS E ORELHAS

                                                                                           Por Eliana Kefalás Oliveira, Simone Afonso e Aryanna Sangiovani Ferreira**

       Aconteceu no tempo em que as estruturas das exposições eram pequenas em diferentes regiões do Brasil.
       Não se tinha balança para pesar os animais, era preciso fazer toda a medição "no olho". Pylades havia acabado de terminar um julgamento no Mato Grosso. Aproveitando a presença daquele juiz mineiro, perguntaram-lhe:
       - Ô, Sr. Pylades, tem dois macacos aqui. O Sr. Não quer julgar os dois macacos não?
       Seja na brincadeira ou na seriedade, Pylades enfrentou a parada. Trouxeram os dois animais, cada um em uma gaiola. O juiz posicionou-se na frente deles. Enquanto observava, em sua face podia se ver diferentes expressões. Era como se procurasse entender a lógica daquela "raça"; ou então, era como se procurasse uma saída de mestre para aquela cena.
       De súbito, ao invés de comentar algo, estourou uma palma na frente dos dois macacos e um deles pulou mais que o outro. Nesse momento, Pylades sentenciou:
       - O campeão é este!
       - Mas, Sr. Pylades, por que este é o campeão?
       - Macaco tem que ser esperto, este pulou primeiro!!
       Esses truques repentinos que Pylades tirava da manga não eram somente brincadeiras, mas revelavam olhares inusitados.
       Em uma ocasião diferente, em um julgamento de nelores, dois tourinhos ficaram numa situação de empate.
       Para definir o campeonato, Pylades bateu uma palma também. Para o que primeiro mexeu a orelha, ele deu o prêmio. De novo, foi questionado, como se tivesse usado uma estratégia de julgamento aleatória, sem embasamento técnico. Entretanto, havia ali uma justificativa, explicada por ele: a movimentação de orelha para frente e para trás do Nelore revelava um temperamento ativo, característica
muito peculiar da raça.

                                                                                                                           **do livro Pylades Tibery - Cenas biográficas
            

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