Causo e Conto - DE MASCATE - Por João Gilberto Rodrigues da Cunha Voltar

                -                                                                                           DE MASCATE

                                                                                                             Por João Gilberto Rodrigues da Cunha**


       Jamilinho, mascate de zebu, tem pós-graduação nos sofrimentos e malandragens dessa nação.
       Estou om Cuiabá, inauguração da Exposição, ao lado sério do Governador Fragelli, desfile inauguial, pompas e circunstâncias.
       Vem a fileira desfilante dos animais, e um garotão indubrasil puxado por um enorme sombreio de palha de carndá. O sombrero passa em frente ao palanque, cerimonioso, sai da cabeça em cortesia e surge a cara safada do Jamilinho ali embaixo.
       Feliz de reconhecer-me ao lado do poder, Jamilinho abre a cara e o sorriso, joga o sombrero pra cima e berra, de se ouvir em todo o parque:
       - Eh, doutor, ai do Brasil se não fossem os turcos na lavoura!
       É o seu grito de guerra.
       O Governador olha-me de lado.
       - E seu conhecido?
       - Meu não, govornador. Nunca vi esse cara. Sou fazendeiro. Doutor pra esse povo é o governo. É seu conhecido?
       Turco na lavoura? Só se for em sociedade com pardal.



                                                                                                                           **do livro O Triângulo de Bermudas
            

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